A sessão foi de baixa liquidez nos negócios e agenda de indicadores esvaziada, mas as taxas encontraram espaço adicional para recuar, em grande medida apoiadas pela movimentação no ambiente externo.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 diminuiu de 13,967% no ajuste de segunda-feira para 13,940%. O DI para janeiro de 2028 cedeu de 13,282% no ajuste a 13,255%. O DI para janeiro de 2029 marcou 13,220%, vindo de 13,239% no ajuste antecedente. O DI para janeiro de 2031 caiu de 13,522% no ajuste a 13,495%.
No início da tarde, Trump voltou atrás e disse que uma reunião com seu homólogo chinês Xi Jinping daqui a duas semanas na Coreia do Sul, conforme previsto, "talvez não aconteça". Mas reiterou que tem uma ótima relação com Xi e que espera que o presidente chinês faça um ótimo acordo para o país asiático, que também seja positivo para os americanos.
Estrategista de renda fixa da Daycoval Corretora, Paulo Henrique Oliveira observa que a liquidez foi reduzida na sessão também nos mercados globais, o que deixa o desempenho dos ativos em geral mais suscetíveis ao fluxo de notícias. "Trump está causando bastante incerteza com suas falas sobre Xi Ji Ping. Mas achamos que o mercado global está ligeiramente mais otimista com uma reunião entre os dois", afirma.
Como evidência dessa visão mais favorável, mesmo com o tom errático do republicano, Oliveira menciona que o índice VIX, espécie de termômetro do medo em Wall Street, recuava cerca de 3% enquanto Trump falava sobre a China por volta das 14h00 e, pouco mais de uma hora depois, cedia mais de 4%. "Isso reforça a ideia de que o mercado, embora existam dúvidas, tem aposta muito positiva sobre a redução das tarifas para a China, o que resulta em maior crescimento global", aponta o estrategista, para quem o principal vetor da queda dos DIs hoje veio do exterior.
Por aqui, sem publicação de dados para guiar os negócios, os investidores continuaram atentos a notícias que podem impactar o quadro fiscal. Pela manhã, a Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) informou que Ministério da Fazenda e Casa Civil estão preparando uma resposta à derrota da Medida Provisória (MP) 1.303, que apresentava alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e foi derrubada pela Câmara.
Segundo fontes próximas do tema, as compensações serão compostas por revisão de despesas e aumento de receitas, ainda que esta segunda parte esteja em aberto. Em entrevista concedida à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo deseja que o Congresso "se debruce" sobre bets e outras possíveis fontes de receitas para fazer frente à perda de arrecadação com a derrota da MP.
Outra sinalização considerada positiva pelo mercado foi a revisão, divulgada ontem pelo Estadão, feita pela Consultoria de Orçamento do Senado Federal (Conorf) para a estimativa do déficit gerado pelo projeto de reforma do Imposto de Renda (IR). Em cenário conservador, a Conorf prevê agora perda de R$ 12,3 bilhões com a isenção do IR para aqueles que ganham até R$ 5 mil entre 2026 e 2028, ante R$ 16,2 bilhões anteriormente.
"O governo reafirmou seu plano de implementar novos impostos sobre bancos e apostas online para compensar as perdas de receita após recentes derrotas no Congresso. Enquanto isso, a consultoria do Senado revisou para baixo o déficit projetado do novo projeto de lei do Imposto de Renda, aliviando ligeiramente as preocupações fiscais", destaca a equipe econômica da BuysideBrazil em relatório.
(Com Agência Estado)
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