A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,845%, de 14,881% no ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 14,18% (de 14,21%). O DI para janeiro de 2029 passou de 13,54% para 13,53%.
As taxas curtas oscilaram de maneira contida, dada a proximidade da reunião do Copom na semana que vem e da expectativa de sinalização de Selic parada em níveis elevados por período prolongado, ainda mais diante do aumento da temperatura do quadro fiscal. "O que estamos vendo agora (sobre o IOF) não interfere na decisão do Copom da próxima semana, mas sim no que pode ocorrer nos próximos meses", afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.
Após críticas de parlamentares e empresários, o governo publicou ontem decreto que recalibra o IOF e uma Medida Provisória (MP) com as alternativas à medida. Hoje pela manhã, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que o colégio de líderes da Casa decidiu pautar a urgência de um projeto de decreto legislativo que susta efeitos do decreto, o que trouxe grande estresse aos mercados. "Há uma sensação de que tudo pode mudar rapidamente a qualquer momento", avalia Veronese.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), porém afirmou que buscará entendimento até segunda-feira (16), dia em que os deputados devem votar o projeto porque, segundo ele, ainda não há discussão sobre o mérito. "A maioria dos líderes sequer leu ainda o novo decreto", argumentou.
Os parlamentares do Centrão parecem estar unidos contra a possibilidade de aumento de impostos, cobrando do governo medidas pela via de corte de gastos, o que representa um desafio para a articulação política do governo.
Para Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA, o IOF, com muitos efeitos negativos do ponto de vista econômico, gerava uma perspectiva de alcance de resultados fiscais, mesmo que pouco ambiciosos para a sustentabilidade fiscal. "O imbróglio que se gerou com a iniciativa, sua substituição por Medida Provisória e Decreto e o ruído político, coloca dúvidas agora até mesmo sobre o alcance destes resultados tímidos", diz Bittencourt. "Neste cenário, é difícil achar que uma solução via reformas estruturais é mais provável que uma flexibilização das metas", alerta.
Segundo a economista, o impasse do IOF acabou ofuscando qualquer possível reação da curva à Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que trouxe queda nas vendas do varejo ampliado (-1,9%) em abril na margem maior do que a mediana das estimativas (-1,4%).
Já o Tesouro ofertou lotes grandes de prefixados para o leilão desta quinta-feira, com 16 milhões de LTN e 6 milhões de NTN-F. Foram efetivamente vendidas 15,45 milhões de LTN e todo o lote de NTN-F. Segundo a Warren, o DV01 (risco) do leilão foi 43,9% acima do anterior, sendo o maior desde 20/03/2025.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.