Perosa explicou que o Brasil exporta cortes específicos de carne para diferentes mercados e se consolidou como fornecedor estratégico. "Para a Itália vai o corte usado na bresaola, para a China o dianteiro e para os Estados Unidos o recorte do dianteiro utilizado em hambúrgueres", afirmou.
Segundo ele, a carne brasileira, mais magra e limpa, é essencial para o blend industrial norte-americano, que mistura carne local mais gordurosa à brasileira para atender ao padrão de consumo interno.
Os Estados Unidos atravessam o menor ciclo pecuário em 75 anos, com cerca de 80 milhões de cabeças de gado ante 100 milhões em períodos normais. "Eles recorreram ao Brasil porque não há outro país com volume e regularidade para suprir essa necessidade", disse Perosa.
Até julho, o Brasil havia exportado 200 mil toneladas de carne bovina aos Estados Unidos, o mesmo volume de todo o ano de 2024. A expectativa do setor era dobrar esse número até dezembro, mas a tarifa total de 76% tornou inviável parte dos embarques. "Mesmo assim, seguimos com alguns cortes competitivos e mandamos cerca de 10 mil toneladas no último mês", afirmou.
Perosa destacou que a indústria brasileira redirecionou rapidamente os embarques para a Ásia e o Oriente Médio, mas perdeu um mercado altamente rentável. "O mesmo corte que vendemos à China por 5,7 mil dólares a tonelada era negociado a 7,5 mil dólares nos Estados Unidos", comparou.
O executivo disse, ainda, que a Abiec mantém diálogo com autoridades e parlamentares norte-americanos e espera uma solução em breve. "Há espaço para entendimento entre os governos e acreditamos na retomada gradual do fluxo comercial quando as tarifas forem revistas", afirmou.
(Com Agência Estado)
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