Depois de operar em leve alta na última hora de negócios, a divisa encerrou a sessão desta quarta-feira, 29, estável, a R$ 5,3595. Em outubro, o dólar apresenta valorização de 0,69% após recuar de 1,83% em setembro. No ano, as perdas são de 13,28%.
Como esperado, o Federal Reserve anunciou novo corte de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 3,75% e 4% ao ano. Apesar do apagão de dados com o shutdown nos EUA, o BC norte-americano avaliou que os dados sugerem piora do mercado de trabalho. A decisão não foi unânime. O diretor Stephen Miran, indicado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, votou por corte maior, de 50 pontos-base. Já o presidente da distrital de Kansas City, Jeffrey Schmid, advogou pela manutenção.
A reação dos ativos ao comunicado do Fed foi modesta, com investidores à espera da coletiva de Powell, que poderia trazer sinais sobre afrouxamento adicional. O presidente do BC norte-americano foi explícito ao dizer que uma nova redução dos juros em dezembro "não é uma conclusão inevitável" e que a política monetária não está em um curso predeterminado.
Powell comentou que, diante do desafio apresentado pelos riscos em torno do cumprimento do duplo mandato do Fed - busca do pleno emprego e inflação na meta - os debates entre dirigentes do Fed, que exibiram opiniões diferentes, tiveram um nível intenso. "Cortamos 25 pontos-base nas últimas duas reuniões e há um forte sentimento de que é hora de pausar", disse Powell.
A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, observa que o comunicado do Fed e a fala de Powell trouxeram mensagens distintas sobre a condução da política monetária daqui para frente. Ela avalia que o comunicado transmitiu uma sinalização mais 'dovish' ao reconhecer o enfraquecimento do mercado de trabalho, "preparando o terreno" para corte adicional dos juros.
"No entanto, após a decisão, Jerome Powell afirmou em coletiva que o caminho à frente permanece incerto e que a decisão de dezembro ainda está longe de ser definida, ressaltando que os efeitos inflacionários decorrentes do aumento de tarifas ainda serão sentidos", afirma Benedito. "O dólar ganhou força nos mercados globais, refletindo a interpretação mais restritiva das declarações do presidente do Fed."
Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY acentuou o ritmo de alta e ultrapassou o nível dos 99,000 pontos, com máxima aos 99,356 pontos. Divisas emergentes, que apresentavam ganhos firmes, perderam força. Real, peso mexicano e rand sul-africano trocaram de sinal e passaram a cair frente ao dólar.
Para o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, as declarações de Powell revelam que, se a decisão do Fed sobre o nível dos juros em dezembro fosse tomada nesta quarta, a tendência seria de manutenção das taxas. Ele ressalta que Powell destacou que há uma divisão entre os dirigentes do BC americano sobre a continuidade do ciclo de baixa dos juros, com uma ala entendendo que não há espaço para mais afrouxamento.
"Ele também mencionou que a economia americana pode estar próxima da taxa neutra, aquela que nem estimula nem desacelera a atividade, o que justificaria uma pausa em dezembro e possíveis cortes apenas em janeiro", afirma Cruz.
(Com Agência Estado)
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