As temperaturas mais amenas contribuíram para a redução da demanda por energia em junho, especialmente nas classes residencial e comercial, que registraram retração de 0,8% e 4,4%, respectivamente. Isso porque o clima mais frio reduz o uso de sistemas de climatização voltados ao resfriamento dos ambientes.
A EPE afirma que a baixa do consumo também está relacionada à aplicação da bandeira vermelha em junho, que pode ter desestimulado o uso de equipamentos elétricos devido ao custo adicional. Em junho do ano passado a bandeira em vigor era a verde.
No caso da classe comercial, a empresa de empresa de pesquisa também atribui a queda ao avanço da geração distribuída (GD) no segmento.
Indústria
A despeito de tais fatores, o consumo das indústrias cresceu 0,7% em junho, para 16.438 GWh. Dos 37 setores industriais monitorados pela EPE, 21 aumentaram sua demanda por eletricidade.
Entre os dez setores mais eletrointensivos da indústria, o avanço foi registrado em seis: fabricação de produtos de minerais não-metálicos (+5,3%), produtos de borracha e material plástico (+4,0%), extração de minerais metálicos (+2,5%), têxteis (+2,5%), automotivo (+1,9%) e produtos alimentícios (+1,6%).
Por outro lado, consumiram menos: Metalurgia (-0,4%), papel e celulose (-2,6%), produtos de metal (-3,9%) e produtos químicos (-6,7%).
Mercado livre
Também de acordo com os dados da EPE, o mercado livre de energia, no qual consumidores escolhem seu fornecedor de eletricidade e negociam as condições de suprimento, cresceu 6,5% em junho, em volume consumido, na comparação com igual mês de 2024, para 20.639 GWh. Esse montante corresponde a 45,9% do consumo nacional de energia elétrica no mês.
A expansão ocorre ainda na esteira da abertura do mercado livre para todos os consumidores de energia atendidos em alta tensão, a partir de janeiro do ano passado, o que levou a um forte movimento de migração de consumidores do chamado mercado "cativo", atendido pelas distribuidoras, para o segmento de comercialização livre. O número de consumidores atendidos cresceu 52,8%, na comparação com junho de 2024, informou a EPE.
"O Nordeste e o Sul foram as regiões que mais expandiram o consumo (+11,2%), enquanto o Centro-Oeste teve o maior aumento no número de consumidores livres (+76,2%)", informou a EPE, em nota.
Ainda segundo a empresa de pesquisa, o movimento de migração de consumidores permanece intenso e, conforme relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de junho de 2025, há previsão de quase 20 mil migrarem em 2025.
Distribuidoras
Com a expansão no mercado livre, o mercado regulado registrou queda de 7,3% no consumo de junho, na comparação anual, para 24.332 GWh, o que corresponde a 54,1% do consumo nacional.
A despeito da saída de muitos consumidores de suas bases de clientes, as distribuidoras ainda registraram no mês passado um aumento de 1,6% no número de consumidores frente a junho de 2024.
Segundo a EPE, a Região Sul foi a que anotou o maior aumento no número de consumidores cativos, de 2,5%.
(Com Agência Estado)
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