O governo Silval Barbosa (PMDB) e integrantes da Polícia Federal (PF) que fizeram segurança da comitiva da Fifa, em visita a Cuiabá, viveram momentos de contrastes nessa terça-feira (8).
Logo cedo, em frente ao Palácio Paiaguás uma fila de motos, seguranças para todo lado, veículos da PF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cercaram a entrada da sede do governo estadual. No mesmo horário, por volta das 9 horas, um grupo inicial de cerca de 50 manifestantes espalhavam faixas na Arena Pantanal.
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Uma porta-voz do grupo Autonomia e Luta, responsável pela ocupação da Arena Pantanal, explica que houve espécie de cochilo da segurança do estádio. Os manifestantes são vinculados aos professores e demais trabalhadores da educação e saúde, estudantes do Ensino Médio e universitários da UFMT.
“A gente chegou cedo, em um horário em que não tinha policiamento. Formamos o grupo e entramos. Cantando, fazendo batucada e com instrumentos”, afirma Patricia Acs. “E o pessoal da obra foi receptivo. Então, não tivemos nenhum problema para entrar nesse momento”, conta.
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No início da entrevista coletiva à Imprensa, o secretário-geral da Fifa, confirmou a concordância com o protesto. “Estamos aqui e há protesto, uma manifestação. As pessoas têm liberdade para ir para a rua e ir reivindicar. Não pode ser feita contra os outros”, citou.
O governador Silval Barbosa, também na entrevista coletiva, confirmou que havia uma “manifestação pacífica”. Mas, explicou que o governo concedeu a negociação necessária para a reivindicação dos professores que estão em greve.
“O Estado de Mato Grosso cumpre o piso nacional, com ganho real de 25,85%. Enquanto os outros Estados não cumprem a reposição inflacionária, demos ganho real”, argumentou Silval. “Todo o orçamento da educação compromete 95% da folha”.
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A GREVE
A greve comandada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) já dura 58 dias. Cerca de 450 mil alunos da rede estadual estão sem aulas.
O governo estima que cerca de 50% das escolas estaduais voltaram às atividades desde a semana passada, quando a justiça determinou o retorno às aulas.
Mas, o sindicato afirma que 80% dos professores continuam em greve. Em algumas escolas, professores fazem escalonamento de dias da semana para dar aula, de forma alternada para turmas diferentes. A greve teve adesão de 90% dos trabalhadores da rede estadual de educação.