A Prefeitura de Sinop (a 503 km de Cuiabá) criou uma comissão técnica com médicos independentes para analisar a situação de toda a estrutura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. A medida foi tomada depois da morte de duas crianças de 3 e 2 anos de idade em menos de 20 dias na unidade, com suspeita de negligência médica.
O caso que repercutiu em todo o Estado foi o da morte da Manoella Tecchio, de 3 anos, no dia 8 de março, após dar entrada com tosse seca. Os pais acusam a médica de não ter dado a devida atenção ao caso. Poucos dias depois, no último fim de semana, foi a vez da menina de 2 anos, Ana Júlia Alvez, cuja mãe relatou que chegou à unidade com ela por volta das 10h, com quadro de pneumonia, e a criança só foi encaminhada para fazer exames próximo das 16h.
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A secretária de Saúde do município, Daniela Garlhado, disse que fez o convite aos médicos, que não fazem plantão em nenhuma unidade da gestão municipal, com o objetivo de trazer “seriedade” nos relatórios que vão emitir com a ‘fiscalização’.
“Esses médicos vão estar avaliando toda a UPA e depois vão emitir um relatório com pontos positivos e os que precisam melhorar. Essa avaliação técnica será minuciosa para avaliar o nosso cenário”, explicou a secretária.
Segundo Garlhado, a UPA de Sinop recebe não só moradores de Sinop como de toda a região do nortão, quando surge uma possibilidade. Para ela, isso acaba pesando no atendimento, uma vez que ultrapassa a capacidade de atendimento.
Segundo uma rápida avaliação técnica da comissão, entre as reclamações da população acerca da unidade são apontados problemas na estrutura, como leitos simples para tomar soro na veia, e transferências.
“A UPA de Sinop recebe de 15 mil a 18 mil pessoas por mês de pacientes de fora. O que está na alçada do município fazer a gente faz, estabiliza o paciente, mas quando chega na parte dos leitos de UTI, que é de alta complexidade, nós ficamos já desamparados”, disse.
Em questão de transferências, como nos casos de crianças, o governo do Estado informou, nesta terça-feira, que vai disponibilizar, no prazo de até 30 dias, 10 leitos de UTI pediátrica no Hospital Regional de Sinop. Além dos leitos intensivos, serão ofertados 15 leitos pediátricos em Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) e cinco leitos de retaguarda infantil no hospital. A previsão é de que sejam investidos cerca de R$ 22 milhões por ano nesta ampliação.
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