Em meio à onda de insegurança que paira pelo campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a reitora da universidade, Marluce Aparecida Souza e Silva, anunciou uma série de medidas que visam melhorar a segurança dentro da UFMT, nesta quinta-feira (31). Uma das ações que será implementada dentro dos próximos 20 dias, segundo ela, será a instalação de 66 câmeras de monitoramento, do Vigia Mais MT, dentro do campus.
As medidas vêm após uma série de acontecimentos envolvendo um caso de assassinato, dois casos de agressão e um de assédio dentro do campus de Cuiabá.
LEIA MAIS: Onda de violência expõe esquema de tráfico em banheiros da UFMT
A implementação das 66 câmeras de monitoramento, na área externa do campus da capital, ocorrerá em parceria com o programa Vigia Mais MT, do governo do estado.
“Dentro de 20 dias, nós estaremos com [as câmeras do Vigia Mais] funcionando. Nós estamos instalando 66 câmeras. Algumas já existiam, e não estão fora dessas 66 aqui, e que não estavam em funcionamento e que vão passar por manutenção. Estamos recebendo todo o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso já nessas câmeras e da nossa Polícia, com os usuários de drogas na Universidade.”, declarou a reitora.
Além das 600 câmeras, a reitora também anunciou outras medidas que visam melhorar a segurança do campus. São elas:
– Parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública para o policiamento interno.
– Fechamento de portarias secundárias e aumento de vigilância nas duas principais entradas.
– Aumento do efetivo de segurança, com reforço principalmente em locais como banheiros, pontos de ônibus e áreas mais isoladas.
– Reforço da equipe de Segurança, visando atendimento especial para o público feminino.
– Criação de uma comissão interna de segurança, com participação de estudantes.
– Implementação de botão do pânico acessível a estudantes, servidores e visitantes.
– Retomada da obra do Centro de Convivência, uma construção que fica em uma área de grande movimentação no câmpus.
– Articulação com o governo estadual para encaminhamento da população em situação de rua, com respeito aos direitos humanos.
– Reestruturação da Secretaria de Direitos Humanos da UFMT, com foco no combate ao assédio e apoio psicossocial.
PORTARIAS E PESSOAL
Marluce fez questão de pontuar que as duas portarias do campus terão a presença de vigias durante o funcionamento da universidade, e que vai fechar as entradas secundárias.
“Vamos garantir, nas duas portarias principais, a presença de vigilantes durante todo o período de funcionamento da Universidade. Estamos fechando as portarias, aumentando o contingente de guardas e de vigias dentro da Universidade.”
A reitora também destacou a baixa quantidade de pessoal disponível que a universidade tem para o patrulhamento de todo o campus.
“Nós temos 38 porteiros, sendo 19 por turno, considerando que a Universidade funciona de manhã, tarde e noite. E 20 vigilantes, sendo 10 por cada turno. São 10 homens armados. O nosso investimento em segurança é de R$ 540 mil mensais. Isso nos garante a presença de vigilantes, de porteiros e 10 vigilantes armados.”, declarou Marluce.
ORÇAMENTO COMPROMETIDO
Um dos pontos que merecem destaque, segundo a reitora, é o orçamento da universidade. O orçamento aprovado pela União para a UFMT é de R$ 1,033 bilhão, porém, 80% dele estaria comprometido com o pagamento de pessoal ativo e aposentado.
“Na verdade, o nosso orçamento é reduzidíssimo. Quando nós aprovamos o orçamento, vocês ficaram sabendo: o orçamento da universidade autorizado pela União é de R$ 1,033 bilhão. Só que desse R$ 1,033 bilhão, 80% dele chega comprometido com o pagamento de pessoal ativo e aposentado. A universidade foi criada em 1970. Então, vocês imaginam quantas pessoas têm aposentadas, quantas viúvas ou filhas de trabalhadores da universidade recebem pensão.”
Por fim, ela finalizou alegando que, desse orçamento todo, sobra o equivalente a R$ 180 milhões para dar conta dos compromissos de todos os campi da UFMT.
“Todo esse montante que deveria estar na conta da Seguridade Social está na conta do orçamento da universidade. Então sobra para a universidade algo em torno de R$ 180 milhões. Então, são R$ 180 milhões para dar conta de todos os compromissos do campus de Cuiabá, do campus de Várzea Grande, do campus de Sinop, do campus do Araguaia (que tem duas unidades) e mais a fazenda experimental. Só aquela extensão do COTE ali, que é o centro de treinamento que foi criado para a Copa do Mundo e que só foi entregue depois da Copa do Mundo... o consumo de recursos de custeio é enorme.”
FEMINICÍDIO, ASSÉDIOS E AGRESSÕES
Essa coletiva concedida pela reitora ocorre poucos dias após a morte de Solange Aparecida Sobrinho, de 52 anos, que foi encontrada com sinais de asfixia e violência sexual dentro da universidade. Além disso, uma estudante de 23 anos foi atacada por uma pessoa em situação de rua na mesma semana.
LEIA MAIS: Laudo encontra sêmen na vagina e ânus de mulher assassinada na UFMT
E, na última quarta-feira (30), um homem foi preso por agarrar e beijar à força uma outra aluna de 19 anos, novamente dentro da UFMT.
A sequência de casos tem gerado temor e indignação entre estudantes, professores e servidores da universidade, que denunciam a falta de segurança no campus e realizaram uma série de manifestações ao longo da semana.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.