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Cidades Sábado, 01 de Agosto de 2020, 08:00 - A | A

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Sábado, 01 de Agosto de 2020, 08h:00 - A | A

TRABALHO COLABORATIVO

Pautados em valores comunitários, empreendedores apostam em espaço colaborativo na pandemia

RAYNNA NICOLAS

Pautados em valores comunitários e de sustentabilidade, quatro empreendedores de Cuiabá decidiram enfrentar a pandemia com criatividade. Da reunião das ideias dos músicos Breno Dz6, Gabriel Padilha, Gabriel “Mr. Nose” e do professor e jogador profissional de basquete, Fabiano Souza, nasceu a Jah Black House, uma iniciativa cultural e colaborativa voltada para o fomento de artistas locais.

Acervo Pessoal

jah black house

 Breno DZ6, Gabriel Mr. Nose, Gabriel Padilha e Fabiano Souza. 

Mesmo diante de uma pandemia sem precedentes, Fabiano abriu as portas da sua casa para realizar o sonho, que compartilha com os amigos. Mr. Nose, que começou a sua trajetória nas pistas de skate e conquistou clubes badalados da Capital por meio da discotecagem, explicou que a pandemia foi fundamental para a decisão.

“Acho que se não fosse pela pandemia, nem estaríamos aqui, nós artistas fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar às nossas atividades, tínhamos que nos reinventar”, contou. 

Até o momento, o espaço de coworking reúne quatro projetos em desenvolvimento, a TV CPA, o escritório de música Grana Preta, a hamburgueria Jet Burguer e a escola de idiomas Golden Man. “Por enquanto nós estamos realizando tudo de forma colaborativa e isso é muito importante, mas nós acreditamos nisso aqui. Os projetos colaborativos já vêm ganhando espaço há muito tempo e com certeza é um modelo de negócio próspero para o futuro”, afirmou o professor Fabiano.

O professor, que ministra aulas de inglês online para crianças e adultos, fez carreira internacional no basquete e atuou nos Estados Unidos, o principal expoente da modalidade no mundo e onde aprendeu o idioma, mas quando voltou a Cuiabá sentiu a necessidade de promover um espaço acessível aos jovens talentos do bairro CPA. “Eu saí daqui, fui um talento daqui e agora quero devolver isso às pessoas de toda a região”, comentou.

Breno Pina, o Breno DZ6 carrega no currículo uma extensa participação em projetos sociais, como a unidade de Cuiabá da Central Única de

Raynna Nicolas/HiperNotícias

jah black house

 

Favelas (CUFA). “Tem muita gente aqui fazendo projetos sociais importantes e nós queremos dar mais visibilidade a essas iniciativas, queremos fortalecer os eventos locais, os comércios da comunidade, nós queremos que quando alguém pesquise CPA no google, não veja imagens negativas. Nós queremos mostrar as pessoas daqui, queremos mudar essa imagem”, afirmou o músico.

O trabalho de ampliar a voz da comunidade é o principal objetivo da TV CPA, que, segundo Fabiano, é o maior projeto da casa colaborativa. A TV ainda não tem a grade totalmente definida e está aberta para ideias, mas pautas culturais e de jornalismo já estão na agenda. Além de Breno e Fabiano, a criação da TV digital também conta com Gabriel Padilha, um jovem de 26 anos que tem o hip hop de berço.

Padilha começou dançando break, mas se encontrou no audiovisual. “Minha inspiração era ser que nem o meu pai, cresci vendo isso, cresci militando pelo hip hop e sempre soube que ia chegar o momento em que nosso sonho daria certo. Eu acho que esse momento é agora”, declarou Gabriel, que junto com os amigos acredita estar mais maduro, depois de participar de muitos projetos e se aventurar em diversas áreas da arte.

Parte da maturidade, para Breno, é a disposição de correr atrás dos sonhos. Mesmo com a crise causada pela pandemia, Mr. Nose, Dz6, Fabiano e Padilha reuniram os recursos que tinham para montar o espaço. “Pegamos algumas peças de computador, montamos a CPU, pegamos um pedestal, uma mesinha que tínhamos em casa e fomos montando essa estrutura provisória”, disse Mr. Nose.

Para construir o espaço eles também contaram com a participação de outras pessoas que fomentam a cultura de rua em Cuiabá, como os grafiteiros Presto, Babu 78 e Wesley Bodão, que é professor de luta. Também colaboraram Jeferson Bertoloti, Fernando Leitão e Mc Vinicinho. Já o nome, Jah Black House é a combinação da paixão de Fabiano, o reggae, a casa, que já reunia os amigos e o ponto principal, a cultura preta. 

"Nós estávamos discutindo racismo, coisas que aconteceram aqui no bairro mesmo, inicialmente tínhamos pensado um instagram para denunciar esses casos, que acabou se transformando nesse projeto", explicou Breno.

O músico também destacou que uma das missões do espaço é promover os valores de acessibilidade, amplitude, sustentabilidade e colaboração, independente da área de atuação profissional. 

"Nós aqui na periferia sobrevivemos com as condições que nos oferecem, uma criança sai da escola no meio da manhã, às 11 horas e vai fazer o que? Nós temos poucas praças, poucos espaços de lazer. Nós queremos que, mesmo que a pessoa escolha ser músico, açogueiro, enfim, que acima de tudo seja uma pessoa decente. Tem muita hipocrisia no que as pessoas chamam de ser um bom homem, mas nós queremos que as pessoas daqui corram atrás dos seus sonhos", pontuou. 

Com as restrições da pandemia, os idealizadores explicaram que as colaborações estão acontecendo de forma online, mas o espaço já está aberto para novas participações. Os trabalhos da Jah Black House podem ser acompanhados pelo Instagram @jahblackhouse, @tvcpadigital e @granapretaco.

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