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Cidades Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2011, 21:57 - A | A

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Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2011, 21h:57 - A | A

HOMOFOBIA, NÃO!

Parada da diversidade sexual leva milhares de pessoas ao centro de Cuiabá

Cerca de 3 mil pessoas estiveram na 9ª edição da festa na Capital de Mato Grosso e foto de travestis com seios à mostra provoca polêmica no Face Book

ALIANA CAMARGO
[email protected]

Um grito contra a homofobia foi a maior preocupação dos participantes da 9ª Parada da Diversidade Sexual realizada na Capital de Mato Grosso na tarde desta sexta-feira (16)e que neste ano teve o tema “Amai-vos uns aos Outros – Basta de homofobia”. Cerca de 3 mil pessoas, segundo cálculos de PMs, estiveram na festa, apesar de os organizadores discordarem.

A Praça Alencastro ficou lotada de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, amigos de homossexuais que deram apoio à causa e também muitas pessoas curiosas para ver a festa.

Para um dos organizadores da Parada, Menotti Griggi, o evento é um ritual, uma festa para celebrar as vitórias que tiveram durante o ano e as próximas conquistas que serão alcançadas, principalmente com a realização da Conferência Nacional da Diversidade Sexual que será realizado em Brasília a partir deste Sábado (17) e segue até o dia 19 de dezembro.

O assunto homofobia também foi parar no site de relacionamento Face Book. Foi postada uma foto com 3 travestis com seios à mostra. Todos os comentários criticaram a atitude. Um dos internautas disse: “Eles (integrantes da parada) apelam dizendo que o ato é familiar, mas cometeram atentado ao pudor”.

Mas a Parada gay também é para lembrar que apesar de uma cultura social está completamente se modificando, ainda existe preconceito arraigado. Na caminhada que seguiu até a Praça 8 de Abril, os organizadores lembraram de um homossexual que foi preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé) na madrugada de quinta-feira (15) e pediu para ser preso na ala dos evangélicos acreditando que estaria seguro, longe da discriminação.

Mayke Toscano

Travestis chocaram o exibir seios durante as manifestações da Parada da Diversidade Sexual nesta sexta em Cuiabá
O pedido foi atendido pelos agentes, porém, dentro da ala descobriram que se tratava de um homossexual e isso já foi o suficiente para ele apanhar muito até ser levado para o Pronto-Socorro de Cuiabá onde está internado com ferimentos graves.

De acordo com Clóvis Arantes, presidente do Grupo Livre Mente, organização atuante contra a homofobia em Mato Grosso, nos últimos três anos foram registrados mais de 20 homicídios no Estado, sem que houvesse nenhuma solução ou punição para os assassinos.

“O educador Paulo Freire tem uma fase que é assim: ‘Quem justifica a violência desumaniza a pessoa’, entendo que cada ser humano tem sua humanidade e que precisa ser respeitada”.

MUDANÇAS

Em anos anteriores dizer aos pais que era gay, lésbica ou travesti fazia parte de uma realidade distante, geralmente pessoas que tinham uma independência financeira se sentiam mais confortáveis para dizer, mas o fato está começando a se transformar.

Os amigos Vinícius Rocha, 16 anos, estagiário do Tribunal Regional do Trabalho; Eduardo Boldim, 21 anos, funcionário público; Quércio Brito, 22 anos, cabeleireiro; e Welington Ramos de 20 anos, auxiliar de cabeleireiro, são assumidos para a família e todos dizem que não tem o que esconder, mas também querem preservar as suas vidas já que a orientação sexual é algo particular.

O auxiliar de cabeleireiro Welington disse que contou para mãe sobre sua orientação com 15 anos e que foi um choque. Tem mais quatro irmãos homens e outro também gay. “Minha mãe diz que nós dois (os gays) somos os que menos damos trabalho”, diverte-se.

Eduardo Boldrim contou quando decidiu, aos 18 anos, sair de casa para viver com outro homem. “Minha mãe chorou muito. Mas não é fácil para gente também saber que não estamos dentro dos padrões que é imposto e isso mexe muito com a nossa cabeça”.

Hoje, com 21 anos, ele conta que o mais difícil passou. “Voltei para casa para cuidar da minha mãe, ela tem problema de coluna, e quero ajudá-la, somos amigos agora”.

Mayke Toscano/Hipernoticias

SHOW À PARTE

Entrevistar Natasha Montiny é disputar as atenções com várias pessoas que querem tirar foto com a travesti de 20 anos. Ela conta que muito cedo sabia que não se sentia homem, então, desde os 14 começou a tomar hormônios.

 

Com uma beleza que chama atenção, Natasha tem um rosto suave, um corpo escultural moldado por duas cirurgias de implante de silicone, uma nos seios e outra no bumbum. Se ela fica o tempo inteiro como travesti? “Meu bem fico 24 por 48h, sou assim!”, responde.

Natasha trabalha fazendo programas sexuais, viaja pelo Brasil inteiro realizando desejos de clientes requintados. Diz que sua mãe sabe desde que tem 15 anos, e que ela se sente feliz assim. Questionada se quer fazer cirurgia e mudar de sexo disse: “Meu bem, meus clientes gostam assim, então é assim que vou ficar”.

Sobre a parada ela diz que não é tão convincente que as coisas vão mudar tão fáceis. “Estamos aqui porque é bom para as pessoas pararem com o preconceito, mas como ando pelo Brasil acho difícil as pessoas mudarem a cabeça tão facilmente. Ainda há agressão contra mulheres, imagine com a gente”.

A parada da diversidade sexual contou com a presença de Misses Gay Mato Grosso. Leila Veroniche, 30 anos, miss de 2010, diz que gasta de R$ 800 a R$ 900 em cada produção que faz e leva a bandeira atribuída ao cargo que representa. “Estamos aqui por uma luta, porque aqui (Cuiabá) as pessoas têm a cabeça pequena, não aceitam”, lamenta.

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Mayke Toscano/Hipernoticias

Mayke Toscano/Hipernoticias

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