A família da pequena Adrielly Gusmão Padilha Oliveira, que tinha apenas 2 anos, acusa a empresa Pantanal Transportes de não prestar nenhum tipo de amparo após a morte da criança, atropelada há uma semana, no bairro Nova Canaã, em Cuiabá, por um ônibus. Adrielly estava parada na calçada e teve parte do corpo esmagado pelo veículo.
Reunidos na sala da casa onde Adrielly morava, no bairro Jardim Araçá, tios, primos, pai e mãe da criança relataram ao HiperNotícias que estavam em um almoço de família, no dia 26 de junho, quando o acidente aconteceu. “Ela saiu na frente da casa. Não saiu na rua e nem estava correndo. Ela estava parada e foi atropelada”, contam os familiares da vítima.
A morte da criança traz comoção e a família pede Justiça. Para eles, a fatalidade poderia ter sido evitada, se o motorista tivesse parado o ônibus a tempo.
“Ele descia a rua correndo e na curva ele foi freando. Na curva, o meio do ônibus derrubou a criança e a roda traseira passou por cima dela. Eu pedi pra ele parar. Levantei meus dois braços, implorando pra ele parar, mas ele acelerou e fugiu do local do crime”, relatou o primo da vítima, Bruno, que viu tudo acontecer.
O homicídio é considerado culposo, quando não há intenção de matar, e o motorista fugiu do local do acidente, com medo de ser espancado e morto. Revoltados, os moradores da região apedrejaram o veículo, que parou a algumas quadras do local do acidente.
“A gente não pode julgar ninguém. Temos que perdoar a todos. Talvez o motorista não tenha tido a intenção, mas ele deveria ter parado, quando todo mundo pediu. Agora é tarde”, afirma o pai, Edvaldo Gusmão Teixeira.
Alan Cosme/HiperNoticias
"A dor é imensa. Nada vai trazer ela de volta", lamenta o pai da menina, Edvaldo
Ele conta, porém, que até o momento nenhum representante da empresa de transporte coletivo procurou a família para saber se estava precisando de auxílio. A menina foi velada em caixão fechado, comprado pela empresa em que ele trabalha.
“Até hoje não recebemos nenhum telefonema. Ninguém procurou saber se a gente precisa de algo. Meu patrão que pagou o caixão e arcou com as despesas. A situação é crítica e parece que nada aconteceu. Parece que o motorista deles matou um cachorro de rua. Tanto faz, tanto fez”, desabafa.
Para os pais e familiares da pequena Adrielly o sofrimento é maior a cada dia. “A dor é imensa. Não consigo parar de pensar. Não consigo parar de pensar nela falando papai, mamãe, brincando e sorrindo. Eu sei que nada trará ela de volta, mas se pudesse carregar ela o resto da vida, eu carregaria. Hoje ela está morta, porque um motorista a atropelou, na calçada”, lamenta, sob lágrimas, a perda a única filha.
Um dos primos da vítima, Luiz Rogério, comentou que a cena do atropelamento era arrasadora. “O ônibus, tipo, esmagou ela. Se ele parasse, como a gente disse, ela iria estar viva. Mas ele não parou. Imagina se todo dia um ônibus passa por cima de uma pessoa na calçada? Calçada que eu saiba é para pedestres. Isso nos indigna”, frisou.
INVESTIGAÇÃO
O caso do atropelamento da pequena Adrielly é investigado pela Polícia Civil. O delegado Jefferson Dias Chaves é o titular do caso. Ele já ouviu o motorista, que afirmou ter fugido do local com de ser agredido pela população. Autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, o profissional responderá ao processo em liberdade. Ele não chegou a ser preso e o julgamento ainda não foi marcado. Quanto ao acidente na calçada, ele preferiu não comentar.
“Eu vou me empenhar com todas as forças para fechar esse inquérito e enviar ao Fórum. É muito triste, é uma família que se racha com a perda de uma menina de dois anos, mas iremos fazer nosso trabalho. A Lei de Trânsito indica que ele deve ser solto. O andamento disso será decidido em tribunal, com a presença do juiz”, comentou o delegado.
OUTRO LADO
A reportagem entrou em contato com a empresa Pantanal Transportes, porém nenhum responsável quis comentar o caso.
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