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Cidades Domingo, 30 de Abril de 2017, 08:04 - A | A

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Domingo, 30 de Abril de 2017, 08h:04 - A | A

TROCAS CULTURAIS

ONG procura famílias para abrigarem intercambistas voluntários em Cuiabá

CAMILLA ZENI

Conhecer uma cultura diferente e aprender um novo idioma são itens presentes na lista de desejo de inúmeras pessoas. No entanto, para alguns, viajar para outro país pode ser inviável financeiramente. Mas há outra forma de obter a tão desejada troca cultural: hospedar um intercambista.

 

 

Arquivo Pessoal

AIESEC intercambio

Nathália com a intercambista que hospedou, Maria Angélica Ahenke

Em Cuiabá, a organização não-governamental AIESEC (Associação Internacional de Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais, em português), responsável por desenvolver liderança jovem através de intercâmbios sociais voluntários, oferece essa oportunidade à população e está com inscrições abertas.

 

O programa, chamado de "Famílias Globais", seleciona pessoas que estejam interessadas em hospedar, de forma voluntária, um intercambista vindo de outro país. No entanto, apesar de não receber benefícios financeiros, a família precisa atender à alguns requisitos solicitados pela organização, a fim de garantir condições mínimas para o estrangeiro, conforme explicou a diretora de intercâmbios sociais para organizações, Nathália Mangieri.

 

"Nós precisamos muito de pessoas que recebam esses intercambistas pelo período de seis a oito semanas, e que possam dar um lugar para a pessoa dormir, pode até dividir com alguém. A pessoa só precisa ter acesso à internet, lavanderia, banheiro e cozinha, para que ele possa fazer suas refeições diárias", disse.

 

Segundo ela, os intercambistas recebidos pela organização são jovens, com idades entre 18 e 30 anos. Para eles, é necessário que a família ofereça pelo menos uma refeição para o intercambista, podendo ser apenas o café da manhã ou um lanche. "Tem que ser pelo menos uma refeição, porque ele está vindo como voluntário e já está arcando com a passagem, visto e demais documentos. Então, para trazer ele para morar em outro país por até oito semanas a gente dá esses benefício de acomodação e alimentação", comentou Nathália.

 

O número real de intercambistas que a organização deverá trazer costuma ser fechado entre os meses de maio e julho, segundo a diretora. É, então, apenas nesses meses que é fechado o perfil dos estrangeiros. Por esta razão, a entidade já recebe a inscrição de interessados para montar a relação de cadastro de famílias.

 

Para se candidatar, o processo é simples: "A pessoa que se inscrever no link e entra na lista de famílias que têm interesse. Quando já temos a relação de pessoas que virão, nós nos reunimos com essas famílias e mostramos os perfis dessas pessoas. Então, o host escolhe o intercambista com quem mais se identificou. A pessoa pode vir no escritório ou nós irmos na casa deles, até para conhecer o local", explicou Nathália.

 

As ONGs com quem a AIESEC trabalha se localizam na região no CPA, Coxipó e em Várzea Grande. Por isso, a prioridade na lista de hospedagem é para a família que mora próximo a essas regiões ou do centro de Cuiabá, uma vez que o intercambista não conhece a cidade e, muitas vezes, não se comunica muito bem em português. 

 

Arquivo Pessoal

AIESEC intercambio

Intercambista boliviana Maria Angélica Ahenke em visita à Chapada

A experiência de uma host family

A troca cultural e de experiência das famílias globais é rica, conforme comentou Nathália. A diretora fez seu intercâmbio voluntário para a Bolívia em 2015. Lá, foi recebida por uma família de cinco pessoas, com quem viveu por seis semanas. "Desde que voltei quis retribuir o que fizeram por mim", lembrou.

 

O intuito da jovem, no entanto, demorou para se concretizar. Segundo ela, o primeiro empecilho foram seus pais. "Minha mãe tinha muito receio porque o escritório dela fica em casa", conta. Depois, quando os pais aceitaram a ideia, alguns imprevistos foram surgindo. 

 

No entanto, em janeiro deste ano Nathália conseguiu, finalmente, transformar sua casa em Família Global, recebendo a boliviana Maria Angélica Ahenke, de 24 anos, estudante de engenharia vinda de Cochabamba. 

 

"Foi uma experiência muito enriquecedora, tivemos vários aprendizados", conta. "Pudemos ver que, mesmo sendo países vizinhos, as culturas são totalmente diferentes. Aprendemos um pouco do castelhano e ensinamos um pouco do português", lembrou.

 

"A vivência com uma pessoa de outro país nos faz ser resilientes, porque são hábitos diferentes dos nossos. Isso nos faz refletir que devemos respeitá-los", explicou Nathália, destacando que, entre os principais aspectos de ser uma host family, desenvolver a característica de resiliência foi um ponto forte.

 

Quanto às vantagens, a lista é grande: "São vários os benefícios. O convívio, a afeição, a amizade que se faz, o conhecimento, um enriquecimento cultural, quebra de paradigmas e até ampliar a rede de network", citou a diretora. "É gratificante ajudar uma pessoa que vem de outro país pra fazer um trabalho voluntário em nossa região. É também como fazer um intercâmbio sem sair de casa"!

 

Arquivo Pessoal

aiesec host

Nathália, a irmã Mariana e a boliviana Maria Angélica

Regras da casa

O instinto natural do cuiabano é fazer com que o intercambista se sinta bem na residência, como uma visita. Assim, o host se preocupa em mostrar pontos turísticos e em levá-lo para diversas partes da cidade. No entanto, conforme explicou Nathália, este não é o principal intuito de se tornar uma "host family", ou "família global". Na verdade, o objetivo é tratar o estrangeiro como um membro da família, e não como visitante.

 

"A família não é obrigada a ficar levando e trazendo o intercambista. Deve apenas passar informações importantes, ajudando nesse sentido de direções e linhas de ônibus. O resto é bônus para o intercambista, vai de cada pessoa. A interação diária em casa já basta", disse. Dessa forma, ambas as partes aproveitam a experiência e a troca cultural flui de maneira mais dinâmica.

 

O rítmo da estadia depende da família e das regras da casa. A diretora observa que o host não é obrigado a deixar uma cópia da chave de casa com o intercambista, por exemplo, mas pode combinar uma hora para encontrar a pessoa e abrir a residência. "A família pode falar que não vai deixar a chave, mas que o intercambista pode ligar sempre que chegar em casa. Mas também tem gente que prefere dar liberdade ao intercambista, até para não afetar muito a rotina da casa e não se incomodar", explicou Nathália.

 

Em razão de os intercambistas serem jovens, é comum que queiram sair para curtir a noite cuiabana. Nesse caso, a família também poderá estipular regras para o caso, como um horário limite para a chegada, ou pedido para avisar caso não durma na residência. "Existem as regras da casa e é o intercambista que tem que se adequar".

 

A AIESEC

Presente em 125 países, a AIESEC, maior entidade gerida por jovens do mundo, é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para engajar e desenvolver a característica de liderança em jovens com idade entre 18 e 30 anos. Para isso, a organização proporciona aprendizado por meio de experiências práticas e ambientes desafiadores, promovendo trocas culturais como os intercâmbios.

 

No Brasil, a organização possui mais de 50 comitês, sendo que, em Cuiabá, o escritório fica localizado na Faculdade de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso.

 

Para se candidatar ao programa Família Global, basta se inscrever por este link. Outras informações podem ser obtidas com a Nathália pelo telefone (65) 99806-0400.

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