A analista técnica do Sebrae/MT (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso), Driely Sena, afirmou ao HNT TV que a mulher ainda sofre preconceito ao decidir empreender. As mato-grossenses que optam por abrir um negócio representam 40% do contingente de empreendedores, totalizando cerca de 118 mil mulheres, conforme levantamento do Sebrae feito em 2025. O número é 3% mais que no ano anterior, porém, elas ainda são desacreditas. Segundo Driely, isso foi sentido, principalmente, quanto a concessão de crédito, consideradas uma das "dores" das empreendedoras.
"Sim, ainda existe esse rótulo. Inclusive, esse ano, quando nós passamos a tratar cada vez mais de falar sobre acesso a crédito, nós nos deparamos com aquela frase: 'mulher não sabe cuidar de dinheiro, mulher só sabe gastar dinheiro'. E que, na verdade, é um paradigma que nós temos na sociedade. Um preconceito", disse Driely Sena ao podcast do Hipernotícias.
O etarismo é um dos gatilhos para essa discriminação
"Então, tem muitas pessoas que veem a mulher cuidando de um negócio e já pensam, nossa, não vai dar certo, ela não vai saber cuidar daquilo, ela não vai saber fazer uma gestão, não vai saber cuidar do financeiro do seu negócio", emendou a especialista.
O etarismo é um dos gatilhos para essa discriminação. As mulheres maduras que assumem o desafio de trilhar passos no universo dos negócios precisam transpor os rótulos impostos a barreira da idade, ressalta Driely. "São inúmeras as questões que essa mulher carrega, como a mulher que é 50+ também carrega esses paradigmas, esses preconceitos".
58% das mulheres empreendem por necessidade financeira ou dificuldades de inserção no mercado de trabalho
As mulheres com mais de 54 anos que decidem empreender correspondem a 6%, mais da metade delas, 58%, iniciaram negócios por necessidade financeira ou dificuldades de inserção no mercado de trabalho formal.
"A mulher, no geral, quando ela vai começar a empreender, ela já vem com essas barreiras junto dela. Então, nós precisamos mudar essa mentalidade de uma sociedade como todo, não somente da mulher acreditar nela, mas as outras pessoas que estão em volta dela, impulsionar, acreditar, dar o apoio, a rede de apoio é muito importante para a mulher empreendedora", finalizou Driely.
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