Anvisa bane gordura trans de alimentos; saiba os riscos do ingrediente à saúde

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Bolacha recheada, hambúrguer, batata frita, sorvete, pipoca de micro-ondas entre outros alimentos industrializados, além de serem um verdadeiro deleite após um dia ruim ou de muita pressa, têm em comum na sua composição a temida gordura trans, conhecida também como gordura hidrogenada que, consumida a longo prazo, mesmo que durante pequenos momentos satisfatórios, resulta em diversos problemas de saúde ou até mesmo em morte.

Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o uso desenfreado do ingrediente em alimentos industrias provocou 160 mil mortes nas américas do Sul, Norte e Central. Para mudar essa realidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) baniu o consumo desde o início de janeiro deste ano.

A nutricionista Nádia Lauro, em conversa com o HNT, fez um alerta sobre a importância da leitura dos rótulos dos alimentos, já que são grandes as evidências do impacto negativo sobre o uso da gordura trans à saúde.

Lembrando que a gordura trans é um óleo vegetal que é sintetizado por um processo chamado de hidrogenação parcial. Por isso é chamada também de gordura hidrogenada. Então, não se engane. Se o produto explicar no rótulo que o alimento possui gordura hidrogenada é porque é também gordura trans.

“Estudos mostram que 90% da gordura trans que é consumida pelos humanos vem desses alimentos industrializados, feitos dessa gordura vegetal hidrogenada que passa por esse processo de hidrogenação, mas existem alguns ácidos graxos trans que vêm da carne e laticínios, que não é prejudicial pra saúde”, colocou.

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Segundo Nádia, esse tipo de gordura trans que passa pelo processo químico é usada pela indústria porque ajuda a ampliar o prazo de validade do alimento ou produto alimentício, trazendo, também, mais estabilidade a ele.

“Durante a fritura, por exemplo, tem muitas batatas fritas que são feitas com gordura hidrogenada, uma gordura que a gente chama de semissólida, porque um óleo vegetal é um óleo líquido, só que quando ele passa por esse processo de hidrogenação, ele fica mais consistente, é como se fosse uma manteiga. Ele tem um poder de aumentar a palatabilidade de doces e de manufaturados assados. Tudo isso vai envolver interesses ecônomos e, inclusive, essas redes de fast food”, emendou a nutricionista.

RISCOS À SAÚDE

O alto consumo de alimentos industrializados que contam com o ingrediente em sua composição pode resultar em problemas cardiovasculares, como hipertensão, por exemplo, isso, aliado também ao estilo de vida, hábitos alimentares, falta de atividade física.

“Às vezes, no rótulo vai estar escrito gordura hidrogenada, mas é a mesma coisa que gordura trans. Pra saúde, o que que é prejudicial é que vai diminuir o colesterol bom e aumentar o colesterol ruim. Além de aumentar o triglicerídeos. Todos esses três, eles vão ser prejudiciais, causando problemas cardiovasculares a longo prazo”, destacou.

LEIA O RÓTULO

Para nutricionista, o consumidor precisa ter conhecimento do que vai ingerir como forma de prevenção e sugeriu o consumo de alimentos mais naturais.

“É importante ler a lista de ingredientes. A lista de ingredientes em geral sempre é em ordem decrescente. Então, sempre o primeiro ingrediente é o que tem mais, mas sempre fique de olho. Leia sempre o que tem, se você não souber o que é aquele ingrediente, procure pra você saber o que você está consumindo e sempre buscar, claro, evitar comprar coisas muito industrializadas. Se tiver muito ingrediente que você não faz ideia do que que é, melhor evitar. No geral, é melhor que a gente consuma aquilo que é mais natural, aquilo que é o mais próximo do que a natureza pode oferecer”, finalizou.

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