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Cidades Domingo, 25 de Setembro de 2011, 09:44 - A | A

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Domingo, 25 de Setembro de 2011, 09h:44 - A | A

TRAGÉDIA

Ex-namorada de estudante morto diz que ele foi vítima de racismo

Lis Andreia Ferreira, que hoje mora em Brasília, afirma que Toni Bernardo era uma pessoa pacífica e sem traços de violência

ALIANA CAMARGO
[email protected]

Mayke Toscano/Hipernotícias

Delegado Antônio Esparândio (sentado), encarregado do inquérito que apura a morte do estudante, disse que Toni morreu por asfixia: a traqueia se rompeu com um golpe

Filho de uma família tradicional de Guiné-Bissau, o ex-estudante da UFMT Toni Bernardo da Silva, 27 anos, morto por policiais militares e um empresário na noite de quinta-feira (22), teria sido vítima de racismo, de acordo com sua ex-namorada brasileira, que hoje vive em Brasília.

Segundo ela, o pai de Toni, que tem o mesmo nome do filho, é formado na Rússia em agronomia. Um tio é oficial das forças armadas em Guiné-Bissau. Toni ainda tem mais 14 irmãos, alguns vivem em outros países. Uma irmã faz direito na França, e outro exerce a arquitetura em Lisboa, Portugal.

De acordo com a ex-namorada de Toni, Lis Andreia Ferreira, o pai do ex-estudante da UFMT o mandou para o Brasil a fim de fazer economia em um dos países que despontam nesse segmento no mundo, para que em seu retorno à Guiné-Bissau pudesse exercer a profissão na estrutura do governo.

“O pai dele é muito idealista e por isso mandou alguns de seus filhos para fazer faculdade em outras universidades pelo mundo; o objetivo era que eles pudessem ajudar no desenvolvimento de seu país”, afirma Lis Andreia, a ex-namorada de Toni.

Lis Andreia, que é publicitária, afirma que a trajetória de Toni, que culminou com a tragédia, pode se tratar de caso de racismo, que camufla uma realidade para um país miscigenado como o Brasil. “Muitas vezes é velado (o racismo)”.

“A característica desse crime bárbaro que cometeram com o Toni é social. Olharam para uma pessoa negra, pobre e que apenas esbarrou em uma pessoa; eles já pensam que é muito perigoso para a sociedade e quiseram exterminar”, disse Lis, que namorou o jovem rapaz durante um ano, entre 2007 e 2008.

Lis Andreia Ferreira trabalha atualmente na Secretaria de Publicidade no Governo do Distrito Federal. Na manhã seguinte à tragédia, Lis ligou para a Embaixada de Guiné-Bissau no Brasil, onde irá exigir, junto com todos os familiares de Toni Bernardo, as investigações à Policia.

“Liguei para a embaixada e eles já estavam a par de toda a situação. Estamos nos organizando para exigir uma resposta do porquê Toni foi brutalmente agredido. Conhecia ele muito bem e a convivência era pacífica. Ele não gostava de violência”, afirmou.

A ex-namorada disse ainda que o caso está tendo repercussão internacional, já que a família do estudante é formada por pessoas de classe média, que vão exigir explicações para a morte trágica. Toni deixou uma namorada brasileira grávida de oito meses.

OUTRA SITUAÇÃO

Toni Bernardo se encontrava em situação de risco. De acordo com amigos, ele estava envolvido com o uso de drogas pesadas (como pasta-base ou cocaína) há alguns meses, e a UFMT não teria dado a assistência necessária para que ele fizesse tratamento.

De acordo com Ernani Ernesto Dias, estudante de letras de Guiné-Bissau e amigo de Toni Bernardo, a assistência se resumiu a três ou quatro consultas realizadas por uma psicóloga da Instituição.

“Deram assistência através de uma psicóloga, não duradoura e nem intensiva” complementou Ernani Dias.

O acordo de cooperação de intercâmbio acadêmico colocou Toni Bernardo sob a tutela da União, por meio da UFMT. O estudante havia se afastado da faculdade desde o início deste ano.

Para casos em que há problemas com algum estudante de intercâmbio internacional que não está correspondendo com o Programa de Estudante-Convênio Graduação (PEC-G), o procedimento é comunicar à Polícia Federal no Estado, ao Departamento de Cooperação Científica e em seguida à Secretaria de Educação Superior (SESu). A questão é se esse procedimento foi realizado ou não pela instituição.

O objetivo, conforme à cláusula da PEC-G, é para que sejam tomadas as providências necessárias ao retorno do estudante. A Instituição é tutora do aluno nesta situação.

TRAGÉDIA

De acordo com Ernani Ernesto Dias, familiares do estudante estão consternados e de lá da África também buscam informações na Embaixada do Brasil naquele país. A estudante de letras Luana Soares, amiga brasileira dos estudantes africanos disse que alguns não têm a assistência devida por parte da instituição.

“Eles (os estudantes africanos) vêm sofrendo na UFMT, com condições de moradia e por falta de bolsas. A instituição os recebe por meio de um convênio e os estudantes não têm assistência!”, exclamou Luana.

TRATADO

O acordo de cooperação entre os países observa que os participantes do programa poderão usufruir de auxílios econômicos por parte da instituição de origem ou acolhimento, no caso a UFMT. Mas será um esforço já que os gastos com alimentação, viagem e moradia ficam por conta do estudante que, além disso, tem que arcar com seguro saúde e todas as despesas com material educativo, cabendo à instituição a promoção de aulas e eventos.

Atualmente a UFMT mantém intercâmbio com vários países. Segundo Luana Soares, que também faz parte da frente acadêmica de luta, existe cerca de 20 estudantes do continente africano.

ATO DE REPÚDIO

Nesta segunda-feira (26), às 14h, a UFMT realiza ato de repúdio contra violência no centro cultural.

Em nota, a UFMT divulgou repúdio ao fato: “A violência de que foi vítima o ex-estudante de Economia, Toni Bernardo, da República da Guiné-Bissau, ex-integrante do programa de mobilidade internacional PEC-G, exige punição dos responsáveis e reflexões sobre a cultura da paz”.

Na noite de sexta-feira (23), cerca de 150 alunos fizeram um protesto em forma de vigília, em frente à pizzaria Rola Papo, local onde o estudante foi morto no dia anterior. Amigos e colegas acenderam velas para lembrarem a forma como o rapaz foi morto.

OUTRO LADO

A reportagem tentou entrar em contato com o Departamento de Relações Internacionais da UFMT. Porém, por ser final de semana, não conseguiu falar com nenhum integrante do setor.

Na sexta-feira (23) à tarde, a pró-reitora Myriam Serra, da Pró-reitora de Ensino e Graduação, e outros representantes da instituição se reuniram com os estudantes africanos às portas fechadas.

De acordo com Luana Soares, alunos brasileiros foram impedidos de participarem da reunião pela alegação que eles não tinham nada a ver com a morte do estudante africano Toni Bernardo.

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Lucas Ninno

Lucas Ninno

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Lucas 26/09/2011

Mais uma vez lamentamos que exista na polícia militar pessoas despreparadas principalmente em situações de extremo conflito. Se o rapaz estava "muito louco" o máximo que poderiam fazer era imobilizá-lo e, tratando-se de um estrangeiro, encaminhá-lo para a Polícia Federal que certamente tomaria os procedimentos corretos para extradição. Cuiabá é uma cidade precária e não está preparada para receber turistas, daqui 3 anos virá a Copa e os problemas acontecerão aos montes, porque não temos na cidade um trânsito decente, a saúde pública é um caos total, imagina então a justiça... Como policiais saberão lidar com pessoas das mais diversas partes do mundo se só sabem distribuir pancadas e tiros?

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Anilton 25/09/2011

oi caro colega(amiga ou amigo) quando voce se refere a ( Quem estava lá viu que o jovem africano agarrou a mulher, porque ela se recusou a lhe dar dinheiro, e tentou agredir seu companheiro quando este veio em sua defesa!!!! Quem estava lá viu o estado do rapaz que parecia estar muito louco!!! Quem estava lá viu que não foi caso de racismo até porque o policial era um NEGRO também! E aí, será que a vítima era tão vitima assim? Claro que poderia não ter acabado dessa forma trágica, mas meus caros, a vitima agarrou a moça!!!! E quem estava lá viu isso!!!) voce seria essa pessoa que estava la? Se é porque nao testemunhou a favor dos policiais e do empresario? voce acha que por um dos policiais serem negros, justifica que eles nao sejam racistas? por ele (estar muito louco) naquele momento, justifica o ato? e porquê quem estava la, e viu tudo nao moveu uma palha para intervir e ajudar, sendo que ele estava muito louco, porquê deixaram que eles o matassem? Se fosse seu irmão, seu marido, seu primo,seu filho você se concordaria com essas pessssssssssssssssssssssssssssssssssssoasssssssssssssssss, que estavam la e viram tudo?????????????????????????????????????????????????????????????????????

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Dalla 25/09/2011

Mesmo que tivesse agarrado, não daria o direitos destes elementos o matarem...que covardes disseram que o mobilizaram...mobilizar significa, tortura? Covardes e pronto ou vc acha que se fosse um dos seus, a morte justificaria?

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Hachi 25/09/2011

Gente, pelo amor de Deus, quando é que os sites vao corrigir essa história de que a vítima só esbarrou??? Quem estava lá viu que o jovem africano agarrou a mulher, porque ela se recusou a lhe dar dinheiro, e tentou agredir seu companheiro quando este veio em sua defesa!!!! Quem estava lá viu o estado do rapaz que parecia estar muito louco!!! Quem estava lá viu que não foi caso de racismo até porque o policial era um NEGRO também! E aí, será que a vítima era tão vitima assim? Claro que poderia não ter acabado dessa forma trágica, mas meus caros, a vitima agarrou a moça!!!! E quem estava lá viu isso!!!

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