Celebrado na última quinta-feira (18), o dia da amizade marca um momento não apenas de celebrar, mas também de reflexão sobre a importância de um amigo na vida humana. Mesmo no turbilhão da vida moderna, a amizade continua sendo um alicerce fundamental para o bem-estar emocional e mental, ainda que à distância. Em entrevista ao HNT, o psicólogo e especialista em psicoterapia analítico-funcional, Gabriel Mendes, enfatizou que a amizade é mais do que uma simples conexão e explicou ser impossível viver sem amigos.
“O conceito de amizade diz, na realidade, muito mais sobre a noção de intimidade do que sobre a 'amizade' em si. Dizemos que existe uma amizade, quando há intimidade na relação. E entendemos 'intimidade' como a possibilidade de se ser autêntico dentro de uma relação sem o medo de se ser punido por esta autenticidade. Somos íntimos de alguém quando podemos falar livremente sobre nosso sentimentos, nossas dores, nossas aspirações, sem esperar que este outro alguém se chateie por isso. Ter amizades, e aqui é importantíssimo frisar que a qualidade destas relações é infinitamente mais importante do que a quantidade de relações, é um dos critérios basilares para o bem-estar emocional. Somos animais sociais, alguns mais, outros menos, mas todos nós somos criaturas que carecem de companhia. Podemos viver uma vida satisfatória e feliz sem parceiros românticos, por exemplo, mas não sem amigos”, explicou o psicólogo.
Gabriel destacou que a ausência de amizades pode acarretar diversos prejuízos, incluindo o controle excessivo por parte dos pais sobre os indivíduos sem laços de amizade.
“Para além das causas mais óbvias como depressão, controle parental e transtornos mentais graves, a formação deficitária de um repertório social adequado é uma das principais causas para esta questão. Na maioria dos casos as pessoas querem ter amigos, mas simplesmente não foram ensinadas durante seu processo de desenvolvimento a como criar este tipo de relação com outras pessoas. Ou em outros casos, foram ensinadas a construir amizades em contextos específicos, como em comunidades virtuais de nicho, mas este repertório não é tão efetivo em outros contextos, como na vida real”, disse o especialista.
O psicólogo ressaltou a importância das amizades, principalmente na infância, quando as crianças estão se formando enquanto pessoas e como os laços com amigos podem ajudar no desenvolvimento para lidar com a diferença e a diversidade.
“Permitir e incentivar que crianças façam amigos significa prover a ela as ferramentas necessárias para lidar com a diferença e a diversidade. Crianças criadas por pais muito controladores ou excessivamente protetivos tendem a encontrar mais dificuldades para buscar e estabelecer relações em fases posteriores da vida, pois não foram expostos e nem incentivados a se relacionar com pessoas de diferentes raízes”, finalizou o especialista.
Marina Camargo, de 25 anos, estudante de jornalismo, contou ao HNT que encontrou em suas amizade um grande alicerce em um momento difícil de sua vida.
“Quando perdi meu pai, fiquei impressionada com a quantidade de amigos que realmente se importam comigo. Foi um momento significativo em que eles me ajudaram a passar, e jamais esquecerei”, contou a estudante.
Em uma reflexão sobre a importância da amizade para o bem-estar emocional e mental, Marina destaca: “Ter amigos é super importante para me sentir bem emocionalmente e mentalmente. Eles estão lá para me ajudar quando preciso, para tornar os dias difíceis um pouco mais brilhantes e para compartilhar tanto os bons momentos quanto os não tão bons. A presença daquelas pessoas em minha vida me faz sentir bem e ajuda a aliviar um pouco o peso dos problemas”, disse Marina.
Ao HNT, ela contou uma situação difícil que passou com um amigo, quando ambos disputavam a mesma vaga de emprego, e seu amigo queria desistir da vaga.
“Uma vez meu amigo quase desistiu de uma entrevista de emprego para um cargo bacana que eu também estava interessada. Eu o convenci a ir, dando apoio e encorajamento. No fim, ele foi à entrevista, conseguiu o emprego e se saiu muito bem. Fiquei feliz por poder ajudá-lo a superar esse desafio e ver o sucesso que alcançou”, relatou a jovem.
Questionada sobre as melhores lembranças com seus amigos, Marina lembrou da infância e das amizades que fez durante a faculdade.
“Adorava quando minhas amigas vinham para minha casa depois da escola. Passávamos o tempo todo ouvindo e dançando Rebelde, High School Musical e Floribella. Eram momentos divertidos e cheios de risadas! Já fui a festivais e shows com amigos, foi incrível compartilhar esses momentos com pessoas especiais. Também fui madrinha no casamento da minha amiga de infância, o que foi muito emocionante. Além disso, testemunhei o brilho nos olhos dos meus amigos durante suas defesas de TCC, marcando o encerramento desse ciclo acadêmico”, finalizou a estudante.
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