Em meio à crise econômica enfrentada no país, era de se esperar que reduzisse o movimento de clientes em bares e restaurantes da grande Cuiabá, mas não tem sido fácil manter os boêmios. Para não fechar as portas, alguns empresários buscam alternativas para driblar a instabilidade e manter vivo ‘o ponto fidelidade’ da clientela.
No bar Neves, que funciona há 16 anos no bairro Jardim Petrópolis, o comerciante Valdecir Neves contou que precisou gastar o dinheiro extra que estava no banco para ampliar o local na tentativa de dar mais conforto aos clientes. Além do clima do ‘buteco’, quem quiser assistir as partidas do Brasileirão e levar a criançada já pode porque foi construído um playground para os pequeninos.
Só que gastar dinheiro não foi à solução. “Eu precisei estudar várias formas em como me manter no mercado. E a conclusão foi montar parcerias com um empresário que tem uma empresa de frios. Assim ele me oferece os produtos onde posso montar as porções e quando o dinheiro entra, eu reponho”, contou.
Outro ponto que favoreceu Neves a não fechar o local é que o sócio, além de ajudar a manter com os produtos o bar, quando há falta de dinheiro em caixa e existe alguma duplicata para pagar, o parceiro quita e depois repõe. Sempre tem dado certo.
“Não é fácil. É uma glória manter o salário em dia dos fornecedores e principalmente dos funcionários. Para conseguir a gente criou um cartão fidelidade onde as pessoas compram 10 lanches, ganha um de brinde ou uma porção”, destacou.
Outra vantagem oferecida aos clientes após a reinauguração do espaço é que tomando cinco cervejas, a sexta é por conta da casa, sem contar que o preço da cerveja é um dos atrativos do lugar que custa R$ 7.
Já a proprietária do Skininha Bar, Cleci Santos, revelou que o segredo de manter o comércio de pé há 26 anos de fundação é o trabalho com preço bom, qualidade e giro. “Não adianta falar que consegue vender a cerveja mais cara”, afirmou.
Antes, Cleci disse que trabalhava como a concorrência faz. Mas, depois de se especializar no curso de gestão financeira do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), ela consegue administrar as finanças sempre ultrapassando na frente da crise. E agora já fala até em abrir uma filial.
“O que as pessoas não sabem é que para muitos a oportunidade surgi justamente em meio à crise. Porém, para isso as pessoas têm que saber lidar com o momento difícil e, além de claro, oferecer o melhor atendimento. Comecei com uma barraca de cachorro quente. Depois surgiu a oportunidade de alugar o ponto e por último de comprar. Hoje me sinto vitoriosa porque consegui ultrapassar meus limites”, comemorou.
Já o dono do restaurante Chopão, Fernando Quaresma, contou que a experiência tem ajudado a superar a crise. “Estamos há mais de 30 anos no mercado e a tradição acaba superando os modelos que temos. Essa não é a primeira e nem a última crise que passamos. Enfrentamos o Plano Cruzado, Plano Collor e a era da inflação. Também aprendemos que o comportamento dos clientes também mudaram nos últimos anos e o segredo é se adaptar à realidade”, confirmou.
No entanto, mesmo sabendo como funciona o setor, Fernando contou que a empresa sentiu a queda nas vendas. E tem sido uma luta diária para não desistir.
“Precisamos estar sempre atento ao que o mercado espera. Sou formado em gastronomia e busco usar isso aos pratos "a la carte" que oferecemos, porque isso é justamente o diferencial que temos”.
Além de o cliente ir ao restaurante e escolher o que deseja, o Choppão tem como carro chefe os escaldados e a cozinha internacional, onde são vários ingredientes do mundo que formam apenas um prato.
“A nossa identidade também tem nos ajudado a nos manter. Mas, assim como os colegas que precisaram dar uma enxugada no quadro de funcionários com a gente também não foi diferente. Mas, equipe boa, administração perfeita e cardápio adequado é o sucesso para formar o cartão vip”, concluiu.
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Jose Silveira 09/10/2016
Alguns poderiam começar pela disponibilização de estacioamentos, (proprios ou conveios) e principalmente não utilizar as calçadas como extensão do bar ou restaurante... começo a ver o respeito pelos Clientes por quesitos como esse...
1 comentários