O epidemiologista Eliseu Waldman, da Faculdade de Saúde Pública da USP, afirma que o processo de reabertura de alguns setores pode ter influência sobre a situação. A liberação das praias do litoral nas últimas semanas, no seu entender, foi feita sem nenhum cuidado.
"Nem sempre a população percebe que essa abertura tem de ser cuidadosa", acrescenta Celso Granato, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele acredita que o dado é motivo de preocupação e pode ser indicativo de aumento de casos nas próximas semanas. "As pessoas entenderam que poderia ser como antes e não é verdade. O vírus ainda circula."
Já o infectologista Carlos Magno Fortaleza, do Departamento de Doenças Tropicais da Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) de Botucatu e integrante do Comitê de Contingência do governo paulista, afirma que os números de mortes têm um atraso de duas a quatro semanas em relação à incidência dos casos.
Assim, atribuir a interrupção da queda ao feriado de 7 de setembro pode ser um erro por ser um evento ainda recente. "A diminuição que vimos é resultado de um equilíbrio muito instável, de pessoas que se movimentam muito e já estão imunes, e de quem fica mais em casa e não está imune. É um equilíbrio frágil", observa.
(Com Agência Estado)
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