Especialistas recomendam o uso do álcool em gel em momentos em que a pessoa não pode lavar as mãos com água e sabão. O produto não tem potencial de desenvolver resistência bacteriana e outras vantagens incluem boa atividade microbicida e praticidade. Segundo a revisão publicada pelo CDC, o uso do produto evita danos provocados pelo sabão e pela fricção do excesso de lavagens.
Para a dermatologista Natalia Cymrot, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pode ser uma boa ideia para pessoas que têm o hábito de lavar as mãos muitas vezes por dia substituir algumas das lavagens pelo uso do álcool em gel para evitar irritações e descamações por conta do excesso de lavagens.
Bucha
O uso da bucha pode parecer uma boa ideia para garantir uma limpeza maior durante o banho, mas não é recomendado pela SBD. “Na verdade, ela retira a camada de hidratação que a pele produz. Para peles mais secas, isso pode ser muito ruim. A bucha é útil em caso de crianças em regiões muito sujas e que são mais difíceis de limpar. No dia a dia, o recomendado é tomar banho apenas com sabonete em pouquíssima quantidade, fazendo pouca espuma”, diz Natalia.
O número de banhos também deve ser limitado, segundo a especialista: no máximo dois por dia e, de preferência, usar apenas água no segundo banho. “Uma coisa que vemos bastante é irritação e descamação por excesso de lavagens, o que chamamos de dermatite de contato irritativa.”
Produtos de higiene feminina
O sabonete íntimo feminino tem como principal característica o pH mais ácido, que se aproxima do pH da mucosa vaginal, por isso ele é recomendado por ginecologistas como o produto mais adequado para a higiene da região.
“Os sabonetes em pedra têm pH mais básico, que pode levar a abrasão, alergias e diminuir a flora fisiológica de lactobacilos que são responsáveis pela defesa contra outros micro-organismos. Os sabonetes íntimos agridem menos e colaboram para o equilíbrio da região”, diz a ginecologista Maria Elisa Noriler.
Não há um consenso, porém, sobre se o uso do sabonete íntimo é realmente primordial para a manutenção da saúde genital. Alguns órgãos de saúde, como o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), recomendam apenas o uso de sabão comum sem fragrância.
Há outro produto que vem se popularizando que não é bem visto por profissionais da saúde: o desodorante íntimo. “Tem que ter muito cuidado. Muitas pacientes podem desenvolver processo alérgico, em alguns casos com vermelhidão, inchaço e prurido intenso”, diz Maria Elisa. “Se for usar algum produto desse, mesmo que identificado no rótulo como antialérgico, é preferível aplicá-lo na região da virilha e não na mucosa.”
Hábitos de higiene são importantes
A discussão de que o excesso de limpeza pode, em algumas situações, ser prejudicial para a saúde teve origem principalmente na “hipótese da higiene”, proposta pelo pesquisador britânico David Stracan no fim da década de 1980. A teoria sugere que a exposição a micro-organismos e a infecções pode proteger contra alergias e que, portanto, o excesso de limpeza poderia estar ocasionando um aumento incomum das alergias.
Mas, apesar de práticas excessivas realmente serem prejudiciais, manter a higiene continua sendo uma recomendação importante para evitar infecções. Lavar as mãos antes e após ir ao banheiro, antes de preparar alimentos ou de se alimentar, depois de tossir ou espirrar são práticas altamente recomendadas.
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