Parlamentares do PL trabalham para que Zambelli perca o mandato por faltas. Para isso, ela precisa um terço de ausências não justificadas, e técnicos da Câmara estimam que ela apenas poderia perder o mandato sob essa condição no final de fevereiro de 2026, o que poderia fazer o gasto passar de R$ 1 milhão.
No caso de decreto de perda de mandato, a deputada não precisaria cumprir o pagamento de oito anos de inelegibilidade em razão de cassação. Foi o que ocorreu com o ex-deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), por exemplo, que ficou um ano preso, sem ter a cassação julgada no plenário da Câmara.
Desde a fuga para a Itália e posterior prisão no país europeu no final de julho, a atividade parlamentar de Zambelli é praticamente nula. Neste período, ela apenas registrou uma assinatura em apoio à uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a possibilidade de o trabalhador escolher a jornada de trabalho dentro do previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ou um regime flexível baseado em horas trabalhadas.
Ao Estadão, a assessoria da deputada diz que o gabinete segue em pleno funcionamento. O "fato de a parlamentar não estar presente não quer dizer que os assessores não tenham função. A única coisa é que ela não está votando. Mas as questões administrativas, como acompanhamento de emendas que foram indicadas enquanto estava no mandato e dos projetos, além de assessoria de imprensa, redes sociais, são desempenhadas pela equipe do gabinete", afirmou.
Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão feita pelo hacker Walter Delgatti Neto ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por determinação do STF, a Câmara deixou de pagar o salário de R$ 46,4 mil e o bloqueou o uso da cota parlamentar de Zambelli, mas os suplentes dela puderam ter acesso a esse recurso durante esse período.
A deputada tirou licença parlamentar de 127 dias após a fuga, que acabou apenas no começo de outubro. Substituíram o mandato dela neste período Coronel Tadeu (PL-SP) e Missionário José Olímpio (PL-SP).
Exercendo a função de suplentes de Zambelli, Tadeu gastou R$ 43,1 mil da cota parlamentar, e Olímpio R$ 160 mil, além do recebimento de salários proporcionais ao tempo de mandato. Esse valor é extra ao gasto já citado.
No último mês como deputado, Olímpio gastou R$ 114 mil da cota. A maior parte (R$ 92,9 mil) desse valor foi usado para divulgar seu mandato, que estava para acabar. Esse dinheiro foi principalmente para gráficas, que imprimiram 55 mil informativos sobre a atividade parlamentar a R$ 57 mil e mil cartões de visitas ao custo de R$ 17 mil.
Além de poder usar a cota parlamentar, Olímpio recebeu a permissão da Câmara para fazer ajustes no gabinete de Carla Zambelli, em setembro.
Com essa permissão, o gasto do gabinete de Zambelli aumentou, chegando ao recorde mensal de gasto com verba de gabinete de R$ 132,9 mil.
O gabinete da deputada diz que as contratações feitas ao gabinete por Olímpio seguem operantes em suas funções e que, antes disso, o quadro de funcionários estava defasado.
"Inicialmente, quando a deputada se licenciou, ela tinha mais de 20 assessores, o que foi reduzido. E o deputado, para exercer o mandato dele, ficou com o quadro de funcionários defasado. Hoje, essas pessoas estão exercendo atividade dentro do gabinete. Temos assessores de orçamento, assessor legislativo, assessor administrativo, assessor de representação política", afirmou.
Parlamentares podem gastar até R$ 133.170,54 mensalmente para manter até 25 funcionários no gabinete. Atualmente, há 12 funcionários ativos na unidade da deputada presa.
(Com Agência Estado)
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