A parceria da agência com o think tank Atlantic Council iria até outubro, mas foi encerrada na quinta-feira, 9, um dia depois de a rede social tirar do ar as páginas. O Digital Forensic Research Lab, do Atlantic Council, foi um dos responsáveis pela investigação que identificou que as contas e perfis exibiam comportamentos "inautênticos e coordenados".
A Apex informou que a parceria com o Atlantic Council foi cancelada por "questões estratégicas". O custo da afiliação é de US$ 200 mil para o período de dois anos, dos quais US$ 150 mil já foram pagos.
O Broadcast/Estadão (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou, porém, que a cúpula da agência entendeu ser politicamente insustentável manter a afiliação ao think tank norte-americano depois da investigação. Tal parceria foi criticada pela ala ideológica do governo.
De acordo com a diretora associada do centro ao qual a Apex era afiliada, Roberta Braga, após a publicação do artigo sobre a remoção das páginas do Facebook, a agência informou que seria necessário revogar a parceria. "Isso não é comum. Entendemos que foi necessário para eles, mas operamos de forma intelectualmente independente. Isso nunca ocorreu no passado", afirma.
O cancelamento fez com que um seminário previsto para a próxima quarta-feira com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azêvedo, fosse adiado para agosto em cima da hora. O evento será feito sem a participação da Apex.
Nesta sexta-feira, 10, a relação da agência com a entidade foi usada como munição na briga entre olavistas e militares por espaço no governo. A Apex vem sendo disputada pelas duas alas desde que Bolsonaro assumiu. No Twitter, o escritor Olavo de Carvalho acusou a agência de "financiar" a remoção das páginas. Desde outubro de 2018, a agência brasileira é afiliada do centro Adrienne Arsht Latin America do Atlantic Council.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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