Os direitos dos passageiros de aviões não podem ser ampliados bem num ano de Copa do Mundo porque isso seria "injusto" com as empresas. A tese foi defendida nesta quinta-feira (20) pelo diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Tony Tyler. A associação representa cerca de 240 companhias de 115 países.
Tyler esteve na terça-feira (19) com representantes do governo federal, em Brasília (DF), debatendo o assunto. Um dos pedidos da Iata ao governo foi que adiasse a implantação de regras novas neste ano, uma vez que as empresas estão focadas na Copa.
O setor tem discutido a criação de novas regras que têm por objetivo aumentar os direitos dos consumidores, como a que permitiria ao passageiro desistir da compra do bilhete, sem custos, em até 24 horas.
"Empresas e reguladores querem que os passageiros cheguem ao destino no horário e sem incidentes. Nenhuma companhia aérea quer perder os clientes que lutou para ganhar. Mas elas não podem arcar com o custo de demoras e cancelamentos. É injusto que as empresas tenham de obedecer a novas regras agora, quando haverá um pico de uso dos aeroportos", disse.
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Segundo Tyler, "os reguladores querem estabelecer novas regras, que muitas vezes conflitam com as de outros países, e não consideram que elas têm um custo, que será percebido pelos passageiros depois".
O problema, diz ele, é que, como muitas empresas atuam em vários países ao mesmo tempo, sempre que surgem regras locais elas precisam adequar seus sistemas regionalmente.
"Regras como essas aumentam os custos das companhias aéreas. E, se os custos aumentam, isso faz com que os passageiros paguem mais caro."
Para ele, a principal preocupação dos passageiros é pagar menos pelas passagens e algumas regras devem ser feitas pelo próprio mercado, de acordo com a concorrência.
"Nós temos leis gerais de direitos do consumidor, que se aplicam à aviação. Essas leis são boas o suficiente. Por que a aviação precisa ter mais regras do que essas? A aviação é um negócio global."
Tyler disse que "os reguladores têm ideias sobre como tornar a vida melhor para os consumidores, que serão seus eleitores, mas não veem o custo extra"
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