Em algum momento da vida todos nós já passamos por isso. Você chega em um ambiente qualquer – pode ser uma sala de espera, a recepção do seu médico ou o seu primeiro dia de trabalho em uma nova empresa – e se senta em uma cadeira ou poltrona pela primeira vez.
Ali a experiência será dividida em ao menos três opções: a cadeira parece te “abraçar” de tão confortável, a cadeira parece te “expulsar” de tão desconfortável ou você pode ser indiferente – o que, em minha opinião e experiência, se aproxima mais do conforto, já que o incômodo é algo que sentimos quase de imediato.
Essa “sensação”, principalmente se a cadeira ou poltrona que você se senta se torna uma rotina, vai para além de um sentimento de conforto ou desconforto. Aliás, há um nome por trás disso: ergonomia. A ergonomia é a ciência que otimiza a interação entre pessoas e seu ambiente de trabalho, adaptando tarefas, equipamentos e espaços às necessidades humanas.
Conforme a ciência, implementar ambientes ergonômicos previne lesões e promove bem-estar, resultando em um ambiente mais seguro e eficiente para todos. A ergonomia, inclusive, está completamente ligada com a produtividade.
A produtividade e ergonomia, aliás, são uma dupla potente e pode mudar vidas. E negócios. De acordo com um estudo da ElevaLife, intitulado "Guia NR-1 e Saúde Mental no Trabalho (2025)", por meio de ambientes ergonômicos é possível obter até 25% de aumento na produtividade, significativa redução nos afastamentos por motivos de saúde e efetiva melhora na retenção de talentos, com impacto direto na eficiência operacional das equipes.
Um outro levantamento, este da Previdência Social, indica que entre 2011 e 2021 foram mais de 600 mil casos de afastamentos por Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Utilizando estes dados, a CBN indicou que a ergonomia auxilia na redução da fadiga muscular e na diminuição das doenças acima citadas. Ou seja, uma cadeira pode mudar uma vida.
Com experiência há 30 anos neste mercado, o que tenho percebido é uma transformação muito clara no modo como empresas pensam seus espaços de trabalho. Se antes o escritório era visto apenas como um local funcional, hoje ele precisa ser um ambiente de acolhimento, que reflita identidade e ofereça conforto tanto para colaboradores quanto para clientes.
Na Neomóbile, acompanho diariamente essa tendência. Clientes de diferentes setores nos procuram em busca de soluções que tornem o escritório mais humano e funcional ao mesmo tempo. As demandas mais frequentes incluem mobiliário ergonômico, áreas de descompressão, salas multifuncionais e recepções que transmitam acolhimento e confiança.
Acredito profundamente que um escritório bem planejado é uma ferramenta estratégica – tanto para a saúde quanto para os negócios em si. Quando o colaborador se sente bem, ele produz melhor; quando o cliente se sente confortável, ele confia mais. É um ciclo virtuoso que fortalece a cultura organizacional e a imagem institucional da empresa.
Por isso, defendo que pensar o escritório como um espaço de experiências, e não apenas de trabalho, é o caminho para empresas que desejam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e conectado às necessidades humanas.
(*) MÁRCIA OLIVEIRA é empresária e diretora da Neomóbile.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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