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Artigos Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025, 09:24 - A | A

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Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025, 09h:24 - A | A

VIVALDO LOPES

A revolução industrial verde

VIVALDO LOPES

A partir de 1980 Mato Grosso protagonizou o maior fenômeno econômico regional do Brasil e um dos maiores do mundo.

No período de 45 anos, após a divisão territorial, realizada entre 1977-1979, o estado produziu um verdadeiro “Milagre Econômico Pantaneiro”, com crescimento econômico de ritmo chinês, muito acima do desempenho do PIB nacional, deixando a posição de economia periférica para ocupar a liderança nacional em produção agropecuária e se tornou a 12ª. economia estadual, com participação de 2,2% do PIB do país.

Nos anos de 1975-1985, pesquisadores da unidade de pesquisas de soja da estatal EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), sediado em Londrina (PR), desenvolveram uma variedade de soja possível de ser cultivada em grande escala e com boa produtividade no cerrado, desde que tais terras tivessem sua elevada acidez corrigida com calcáreo e fossem devidamente adubadas com fertilizantes fosfatados e nitrogenados. Esse avanço científico, somado aos estímulos creditícios e benefícios tributários do governo federal da época proporcionaram intensa ocupação de grandes extensões de terras de Mato Grosso para a produção em escala empresarial de gado, arroz, milho, soja e, mais tarde, sorgo, girassol, algodão e gergelim.

Com essa exponencial expansão de característica industrial, a agropecuária se transformou na principal locomotiva da economia de Mato Grosso desde 1980 até os dias atuais.

Além dos avanços tecnológicos promovidos pela iniciativa privada em parceria com instituições públicas e universidades, duas mudanças institucionais foram fundamentais para o aumento da produção agrícola e crescimento econômico em Mato Grosso. A Lei Kandir, de 1996, durante o governo Fernando Henrique Cardoso e a Lei de Proteção de Cultivares, de 1997, que promoveram forte impacto na economia mato-grossense.

Essas mudanças criaram um ambiente de negócios mais propício ao investimento na produção primária ao proporcionar maiores garantias dos direitos de propriedade sobre as sementes e a isenção tributária nas exportações, tornando os produtos agropecuários do estado mais competitivos no mercado global. Assim, com a expansão da demanda nacional e internacional, investimento crescente em pesquisa e inovação tecnológica, crescem a produtividade e a produção agrícola de Mato Grosso, que apresenta taxas de crescimento econômico acima das médias nacionais, transformando-se em uma grande plataforma agroexportadora e um importante polo econômico do Brasil.

Quarenta e cinco anos depois, na safra 2025, a produção total de grãos de Mato Grosso alcançou quase 110 milhões de toneladas. A soja, principal commodity agrícola do estado e do país, alcançou a produção de 51 milhões de toneladas, respondendo por 28% da produção nacional da leguminosa. A produção de milho alcançou 55 milhões de toneladas.

Como se não bastasse a revolução agropecuária, atualmente Mato Grosso lidera uma nova revolução produtiva: a “Revolução Industrial Verde”, baseada na bioenergia do biodiesel e etanol de milho. Uma revolução industrial dentro da revolução agropecuária.

Entre 2015 e 2025, a produção de etanol de milho no estado saltou para 5,6 bilhões de litros, levando Mato Grosso à liderança nacional em produção de etanol de milho, respondendo por 68% da produção nacional. O modelo de negócios do etanol de milho em Mato Grosso se sustenta em um tripé bastante competitivo:

i) grande oferta de milho a preços baixos;

ii) moderna tecnologia de processamento, de origem americana e

iii) crescente demanda nacional e internacional que busca alternativas sustentáveis para substituir gradativamente combustíveis derivados do petróleo.

Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (agosto, 2025), existem atualmente 17 (dezessete) plantas industriais de etanol de milho em operação e 07 (sete) em fase de construção, que vão entrar em operação em 2026 e 2027.

Na quinta feira passada (28), duas das maiores empresas mato-grossenses, a Inpasa, maior indústria de etanol de milho do estado e a Amaggi (originadora e exportadora de milho) anunciaram a formação de uma join-venture para a construção de três biorrefinarias de etanol de milho até 2029, cada uma com capacidade de processar dois milhões de toneladas de milho por ano, com investimento estimado em R$ 7,5 bilhões.

O acelerado crescimento das indústrias de biodiesel e etanol de milho confirmam a tese que a nova onda de crescimento econômico de Mato Grosso será protagonizada pela agroindustrialização.

(*) VIVALDO LOPES é professor, economista e ex-secretário de Fazenda de Cuiabá e de Mato Grosso.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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