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Artigos Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025, 09:39 - A | A

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Segunda-feira, 01 de Setembro de 2025, 09h:39 - A | A

OLIVEIROS MARQUES

Tarcísio e a pequenez do indulto

OLIVEIROS MARQUES

O anúncio do governador Tarcísio de Freitas de que seu primeiro ato em um pouco imaginável mandato presidencial seria indultar o inelegível ex-presidente é, ao mesmo tempo, uma confissão de acordo em relação à culpa do seu ainda aliado e uma declaração sobre a forma como enxerga a própria estatura política. Afinal, depois de ter sido esculachado pela família Bolsonaro, adotar tal postura revela um sentimento de pequenez diante da grandeza exigida por uma candidatura à Presidência.

Como o indulto só se aplica a um condenado, ao acenar com essa promessa, Tarcísio parece agir como urubu que fareja carniça, já projetando um Bolsonaro condenado e instalado em um apartamento na Papuda. Dá, portanto, como certa a condenação do inelegível e, de quebra, abre para si a estrada em direção às suas próprias aspirações presidenciais, acreditando ser entre os nomes apresentados o mais competitivo.

Mas há uma pedra no caminho. No meio do caminho, há uma pedra - e ela atende pelo nome de família Bolsonaro. Eduardo já deu a senha: todos familiares do ex-presidente deixariam o PL caso o governador ingressasse no partido. Difícil prever o impacto dessa ruptura no próximo ano, mas o recado é claro: o clã não engole Tarcísio e fará de tudo para dificultar sua caminhada.

O que mais chama a atenção, contudo, é alguém tentar se credenciar a essa disputa nacional a partir de um debate tão rebaixado: a promessa de indultar um criminoso condenado. O Brasil enfrenta desafios imensos - ainda mais graves diante dos golpes econômicos impostos pelos EUA em articulação com extremistas brasileiros sob a batuta da família Bolsonaro. E, mesmo assim, o aspirante a candidato escolhe pautar sua entrada nesse tabuleiro em torno desse tema.

Para bom entendedor, meia palavra basta: Tarcísio pede bênção ao clã que, por bem ou mal, ainda lidera um bloco de pouco mais de 10% do eleitorado, fiel e caninamente devotado. Movimento que pode até isolá-lo de outros pretendentes a esse mesmo espólio, como Ratinho, Caiado ou Zema. Mas fica a questão: será que o debate não cobrará mais do que ele espera receber? Será que sua posição, diante dos próprios atos ou da movimentação de seu inevitável adversário à esquerda, Lula, não o empurrará para uma aritmética negativa? Penso que sim.

Resta lembrar que Tarcísio só se tornou governador do maior estado da Federação, sem sequer saber onde morava ou onde votava, exclusivamente graças ao padrinho que tinha à época. Talvez esteja se apegando a isso e imaginando que a história se repetirá. O que eu não acredito. E, sendo assim, em qualquer cenário, o resultado não lhe dará condições de conceder indulto a ninguém.

(*) OLIVEIROS MARQUES é sociólogo, publicitário e comunicador político.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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