Será que a PEC da blindagem aprovada na câmara dos deputados foi o pior que os honrosos deputados e deputadas federais já produziram? Se não foi, chegou muito perto.
Se você não ficou sabendo, os deputados federais acabaram de colocar dentro da constituição a regra na qual para começar qualquer investigação ou processo judicial contra algum deles será obrigatória a aprovação pela maioria (deles), e isso em votação secreta (não saberemos como cada um votou). Na prática o (futuro e improvável) investigado/processado, junto com seus comparsas, terá o poder de autorizar (ou não) que se inicie uma investigação, ou um processo contra ele. É o lobo cuidando do galinheiro, ou o poste urinando no cachorro.
Escárnio: não existe outra palavra. Me sinto enganado, ludibriado, feito de otário, um verdadeiro palhaço. Enquanto trabalho e faço a minha parte para colaborar com a sociedade (principalmente pagando os impostos), e a qualquer momento posso responder uma investigação ou processo, os nobres deputados(as) eleitos(as) pelo povo, mais uma vez, se unem para se autodefender, e criam barreiras absurdas, totalmente contrárias à constituição, que, por sinal, é muito clara ao afirmar que “Todos são iguais perante a lei”.
A verdade é que tamanho absurdo apenas mostra o quão desesperados eles estão sobre a possibilidade de ser investigada a utilização das emendas parlamentares, principalmente as chamadas emendas pix. A destinação “antirrepublicana” destas emendas, que há anos vem ocorrendo sem qualquer fiscalização, tem o potencial de ser o maior escândalo de corrupção já visto em todos os 525 anos do país, e isso envolve centenas de políticos(as) e asseclas ligados à eles(as).
Veja, isso não é discurso de direita ou esquerda, comunista ou fascista. Isso envolve a grande maioria dos partidos políticos, e certamente é uma realidade que virá ao conhecimento da população em breve, principalmente após a determinação para que a Controladoria Geral da União (CGU) amplie a apuração sobre a destinação das emendas. Aliás, não por acaso o absurdo foi aprovado por uma ampla maioria dos nobilíssimos(as), de PT à PL. A autodefesa, me parece, não possui ideologia; ou melhor, apenas uma: salvar o próprio umbigo.
Mas os nossos parlamentares não se contentam com pouco. Os deputados de oposição nomearam como líder da minoria na câmara o congressista que não pisa no congresso há mais de seis meses, o zero dois, Deputado Eduardo Bolsonaro. Acreditem ou não, mas o escolhido vai continuar tramando medidas prejudiciais ao Brasil e ao brasileiro, e pra isso, vai ganhar seu “suado” salarinho sem precisar pisar em território nacional, especificamente na câmara dos deputados, pois a liderança lhe dá esta prerrogativa. Um escárnio sem precedentes na história do parlamento.
Estes dois eventos mostram claramente que a escolha de Hugo Motta para a presidência da câmara foi um erro crasso. Ele é um parlamentar sem liderança, sem força, vulnerável, e que coloca os interesses da população em segundo ou terceiro plano. Penso que a cadeira um dia ocupada por Ulisses Guimarães não pode admitir uma figura desta. Hugo Motta, pede pra sair!!!
(*) LUCIANO PINTO é advogado e cidadão.
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