As decisões econômicas recentes da administração radical de direita nos Estados Unidos, liderada por Donald Trump, têm gerado repercussões globais significativas, com destaque para suas consequências na economia brasileira.
Esse contexto apresenta oportunidades e desafios para estrategistas de marketing político no Brasil, que precisarão adaptar suas abordagens para engajar eleitores tanto de esquerda quanto de direita.
Em julho de 2025, a administração de Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrou em vigor em agosto do mesmo ano. Essa medida afetou amplamente setores-chave da economia brasileira, como cimento, minerais não metálicos, máquinas, eletrônicos, móveis, produtos de metal, químicos, farmacêuticos, madeira, papel, metalurgia, têxteis e vestuário. De acordo com a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, o impacto direto foi estimado em uma redução de 0,2 ponto percentual no PIB brasileiro de agosto de 2025 até dezembro de 2026.
Além disso, a crise diplomática gerada por essas medidas intensificou tensões comerciais e políticas entre os dois países. Em resposta, o governo brasileiro introduziu o Plano Brasil Soberano, que busca mitigar os danos econômicos e oferecer apoio aos setores mais fragilizados. Esse plano inclui incentivos fiscais, estímulo à produção interna e fortalecimento do mercado doméstico.
O aumento de custos em setores estratégicos também se traduz em impacto sobre o emprego e o consumo. Empregos em setores industriais como têxteis e metalurgia serão pressionados, enquanto consumidores enfrentarão repasses nos preços.
Esse cenário complexo nos tras uma pergunta,
Como Engajar Eleitores no Cenário Atual?
A resposta exige uma abordagem estratégica adaptada para eleitores de diferentes espectros ideológicos.
O marketing político desempenhará um papel crucial no pleito eleitoral, e as campanhas precisarão apresentar narrativas que abordem as repercussões dessas políticas econômicas de forma coesa e eficaz.
Essas narrativas serão separadas em duas estrátégias, as de esquerda e as de direita, vejamos um pouquinho de cada;
Estratégias para Eleitores de Esquerda
Os eleitores de esquerda historicamente favorecem discursos que acentuam soberania nacional, equidade e proteção social. A abordagem ideal deve incluir:
1. Ênfase na Soberania Econômica e Nacionalo Propor políticas que promovam a independência econômica, reduzindo a vulnerabilidade a decisões de governos estrangeiros. Nessa narrativa, o Plano Brasil Soberano poderia servir de exemplo de como a proteção da economia nacional pode ser eficaz.
2. Proteção de Empregos e Setores Industriaiso Criticar os impactos das tarifas e destacar medidas concretas para proteger setores como o agronegócio, a indústria têxtil e a metalurgia.o Propostas como o aumento de subsídios, incentivos fiscais e renúncia tributária para as áreas impactadas podem ser divulgadas como soluções.
3. Criticar o Alinhamento Automático com Políticas Externaso Utilizar uma abordagem crítica para reger políticas externas, enfatizando a necessidade de maior autonomia em negociações bilaterais e multilaterais.
Estratégias para Eleitores de Direita
Os eleitores de direita tendem a valorizar a livre iniciativa, o empreendedorismo e o fortalecimento do mercado interno. Para este público, os estrategistas devem ajustar a mensagem para:
1. Defesa de Acordos Comerciais Favoráveiso Apresentar iniciativas diplomáticas que busquem equilibrar a relação comercial com os Estados Unidos, protegendo o Brasil sem comprometer as relações bilaterais.
2. Promoção do Empreendedorismo Nacionalo Vincular políticas econômicas a um discurso de inovação e fortalecimento da competitividade da indústria nacional. Citar exemplos de setores resilientes, como o agronegócio.
3. Resiliência Econômicao Posicionar a economia brasileira como resistente a choques externos, defendendo o fortalecimento de setores estratégicos internos capazes de se adaptar e superar crises.
Estratégias Gerais de Comunicação e Engajamento
Independentemente do espectro ideológico, o marketing político precisará incorporar técnicas modernas para alcançar e engajar eleitores. Entre as principais estratégias, destacam-se:
1. Segmentação Personalizada do Eleitoradoo Utilizar dados demográficos e comportamentais para adaptar mensagens específicas a segmentos distintos do eleitorado. Eleitores impactados diretamente pelas tarifas, como trabalhadores da indústria, podem receber mensagens mais focadas em soluções práticas.
2. Uso Amplo de Mídias Digitaiso A importância de plataformas como Instagram, WhatsApp e TikTok será ampliada para engajamento direto e disseminação de informações rápidas. A transparência nas propostas e a humanização dos candidatos serão essenciais.
3. Comunicados Transparenteso Em um cenário de alta desinformação, as campanhas precisam evitar meias-verdades. Transparência, embasamento em dados concretos e uma comunicação clara contribuirão para a confiança do eleitorado.
4. Respostas a Criseso Eleitores esperam que candidatos demonstrem capacidade para atuar em situações adversas. Esse tema poderá ser abordado com mensagens que demonstrem preparo para proteger a economia brasileira de políticas externas desfavoráveis.
As recentes decisões econômicas da administração de direita nos Estados Unidos criaram um cenário adverso para a economia brasileira, que será um dos principais temas do próximo pleito eleitoral. Enquanto eleitores de esquerda serão atraídos por discursos que enfatizem soberania econômica e proteção social, os de direita devem ser engajados com propostas que favoreçam o empreendedorismo e a resiliência econômica.
Os estrategistas políticos terão o desafio duplo de articular essas abordagens de forma segmentada e adaptada, utilizando narrativas baseadas no impacto econômico dessas políticas. O sucesso dependerá de mensagens claras, adaptadas ao público-alvo e disseminadas de forma transparente e inovadora, especialmente em plataformas digitais.
Para mais informações sobre o impacto das tarifas e a crise diplomática, e de como obter sucesso na campanha que se aproxima, consulte e contrate um profissional especialista em Marketing politico da Alcateia Politica.
(*) EDSON PANES DE OLIVEIRA FILHO é Advogado e Estrategista Politico, Especialista em Direito Eleitoral, com MBA em Direito Empresarial, MBA em Gestão de Pessoas e MBA em Comunicação Governamental e Marketing Político, proprietário da CRIA Marketing Digital e Politico e cofundador do Alcateia Política.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.