O aceno de Donald Trump a Lula durante seu pronunciamento na Assembleia Geral da ONU doeu fundo em certos personagens da política nacional que ainda se enxergam como subsecretários do governo norte-americano para assuntos de Brasil. Pode ser que não represente nada, é verdade. Pode ser que a reunião prevista para a próxima semana, em formato on-line, sequer se confirme. E, mesmo que aconteça, pode até gerar algum desarranjo. Mas o fato é que Trump ter dito que em “39 segundos foi possível sentir que rolou uma ótima química” entre os dois calou fundo em uns e outros. Dá até para imaginar a expressão no rosto de alguns assistindo ao discurso do presidente norte-americano.
É possível que Trump tenha percebido que a pequenez de seu governo estava sendo demasiadamente exposta pela atuação do “Bananinha” e de seu ajudante de ordens, neto de ditador? É uma hipótese. Assim como também é plausível que tenha notado os exageros de Marco Rubio, enquanto consumidores e empresários norte-americanos aumentavam o tom de suas reclamações. Seja como for, a verdade é que, mais uma vez, Lula demonstrou sua relevância no cenário global.
Na ONU, Lula deu um verdadeiro show de estadista. Seu discurso foi firme na defesa da soberania brasileira; contundente ao apontar o dedo para os falsos patriotas lesa-pátria; e inspirador ao convocar o mundo para o enfrentamento das mudanças climáticas. Não hesitou em denunciar o genocídio em Gaza, desferindo um murro retórico contra Benjamin Netanyahu e estendendo solidariedade ao povo palestino. Defendeu a necessidade de regulamentar as big techs, lembrando que o ambiente digital não pode ser terra sem lei nem território para o crime. E criticou de forma direta a postura dos Estados Unidos em relação à América Latina, que insiste em equiparar criminalidade e tráfico de drogas ao terrorismo, quando a verdadeira solução exige cooperação internacional.
Nada de “popcorn and ice cream sellers”, nem bajulação rasteira. Apenas a defesa firme de princípios caros ao Brasil e à humanidade. O discurso de Lula cumpriu o papel de um verdadeiro chefe de Estado: representar o seu povo, não uma facção.
E mesmo assim - ou justamente por ter sido assim - Lula saiu da tribuna com um convite de Trump para uma conversa. Porque liderança não se exerce de joelhos, batendo continência para bandeiras de outras nações ou beijando botas de presidentes estrangeiros. Lidera-se com ideias, firmeza e defesa daquilo que é melhor para o seu povo. E foi exatamente isso que Lula fez na ONU. Os brasileiros e brasileiras estão de parabéns pelo presidente que escolheram.
(*) OLIVEIROS MARQUES é sociólogo, publicitário e comunicador político.
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