Em pesquisa realizada pela AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (24), o deputado Paraibano e presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), aparece como alguém com imagem positiva para apenas 3% dos brasileiros. O parlamentar tem uma avaliação negativa para 83% dos cidadãos. 13% Disseram não saber opinar. Ao meu ver a uma explicação para tamanha repulsa. Esses números, mais do que estatística, revela um problema de identidade política e de posicionamento estratégico.
Em “O Príncipe”, Maquiavel ensina que “aquele que não se alia decididamente a um dos lados
acaba sendo arruinado por ambos”. Cinco séculos depois, a advertência do pensador florentino parece ecoar com força no cenário político brasileiro e, especialmente, na trajetória recente de Hugo Motta. Motta foi eleito com amplo apoio de setores da direita e da esquerda; um feito raro no ambiente polarizado do Congresso Nacional. À época, sua habilidade de transitar entre grupos distintos foi vista como virtude. Porém, o que antes parecia força, hoje se mostra fraqueza:
cada decisão sua, seja em defesa de uma pauta conservadora ou progressista, desagrada um dos lados.
Maquiavel já advertia que o governante não pode querer agradar a todos. A neutralidade, no campo político, costuma ser interpretada como fraqueza e a indecisão como traição. O que o autor de O Príncipe chamava de “tomar partido” não era apenas escolher aliados, mas
compreender que o poder exige clareza de posição. Um líder que tenta conciliar extremos, em tempos de guerra ideológica, acaba perdendo credibilidade em ambos.
Hugo Motta parece viver esse dilema. Cada vez que o parlamentar defende uma pauta mais à direita, a esquerda o acusa de traição; quando acolhe uma demanda da esquerda, é a direita que se revolta. Nesse jogo, o parlamentar se vê emparedado, vítima da própria estratégia de moderação. O resultado é a perda de confiança, o desgaste da imagem e o isolamento político; justamente o que Maquiavel alertava ser o destino inevitável de quem hesita entre dois campos.
Em um Brasil dividido entre narrativas inconciliáveis, tentar ser o meio-termo parece nobre, mas é politicamente suicida. A política não perdoa quem tenta agradar a todos; ela recompensa quem tem clareza de lado e propósito.
A imagem de Motta desaba não por falta de ação, mas por falta de direção. E, em tempos de polarização, direção é tudo. O eleitor pode discordar de um líder, mas respeita quem tem
convicções. Já quem tenta agradar a todos, como ensinou Maquiavel, termina sem o respeito de ninguém.
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