Sábado, 25 de Outubro de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,37
euro R$ 6,22
libra R$ 6,22

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,37
euro R$ 6,22
libra R$ 6,22

Artigos Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025, 17:53 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Sexta-feira, 24 de Outubro de 2025, 17h:53 - A | A

JUNIOR CAMPOS

O erro de Hugo Motta e a lição que Maquiavel já havia ensinado

JUNIOR CAMPOS

Em pesquisa realizada pela AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (24), o deputado Paraibano e presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), aparece como alguém com imagem positiva para apenas 3% dos brasileiros. O parlamentar tem uma avaliação negativa para 83% dos cidadãos. 13% Disseram não saber opinar. Ao meu ver a uma explicação para tamanha repulsa. Esses números, mais do que estatística, revela um problema de identidade política e de posicionamento estratégico.

Em “O Príncipe”, Maquiavel ensina que “aquele que não se alia decididamente a um dos lados
acaba sendo arruinado por ambos”. Cinco séculos depois, a advertência do pensador florentino parece ecoar com força no cenário político brasileiro e, especialmente, na trajetória recente de Hugo Motta. Motta foi eleito com amplo apoio de setores da direita e da esquerda; um feito raro no ambiente polarizado do Congresso Nacional. À época, sua habilidade de transitar entre grupos distintos foi vista como virtude. Porém, o que antes parecia força, hoje se mostra fraqueza:
cada decisão sua, seja em defesa de uma pauta conservadora ou progressista, desagrada um dos lados.

Maquiavel já advertia que o governante não pode querer agradar a todos. A neutralidade, no campo político, costuma ser interpretada como fraqueza e a indecisão como traição. O que o autor de O Príncipe chamava de “tomar partido” não era apenas escolher aliados, mas
compreender que o poder exige clareza de posição. Um líder que tenta conciliar extremos, em tempos de guerra ideológica, acaba perdendo credibilidade em ambos.

Hugo Motta parece viver esse dilema. Cada vez que o parlamentar defende uma pauta mais à direita, a esquerda o acusa de traição; quando acolhe uma demanda da esquerda, é a direita que se revolta. Nesse jogo, o parlamentar se vê emparedado, vítima da própria estratégia de moderação. O resultado é a perda de confiança, o desgaste da imagem e o isolamento político; justamente o que Maquiavel alertava ser o destino inevitável de quem hesita entre dois campos.

Em um Brasil dividido entre narrativas inconciliáveis, tentar ser o meio-termo parece nobre, mas é politicamente suicida. A política não perdoa quem tenta agradar a todos; ela recompensa quem tem clareza de lado e propósito.

A imagem de Motta desaba não por falta de ação, mas por falta de direção. E, em tempos de polarização, direção é tudo. O eleitor pode discordar de um líder, mas respeita quem tem
convicções. Já quem tenta agradar a todos, como ensinou Maquiavel, termina sem o respeito de ninguém.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros