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Artigos Sexta-feira, 12 de Setembro de 2025, 09:03 - A | A

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Sexta-feira, 12 de Setembro de 2025, 09h:03 - A | A

TATIANA MONTEIRO

Muito além da taça: o que está em jogo com a redução do consumo de vinho

TATIANA MONTEIRO COSTA E SILVA

Nas últimas semanas, tenho acompanhado notícia relacionada à produção de vinho que me deixou em alerta. Confesso que não sou especialista no assunto, mas aprecio degustar um bom vinho no convívio familiar e entre amigos. Cada vez mais cresce o número de confrarias que se reúnem para compartilhar essa experiência: apreciar um bom vinho, prosear e se divertir.

O ponto central é o levantado pela médica Laura Catena, herdeira e diretora de uma das vinícolas mais renomadas e influentes do mundo, a Catena Zapata, em Mendoza, na Argentina. Recentemente, ela vem questionando a Organização Mundial da Saúde (OMS) acerca da publicação que afirma que “nenhuma quantidade de álcool é segura”. Para Laura, o debate exige estudos sólidos, consistentes e comprovados cientificamente.  Laura Catena é fundadora do Catena Institute of Wine e defende a viticultura em altitude, o microbioma e a capacidade de envelhecimento do vinho. 

Esse estudo da OMS ganhou notoriedade com a campanha pró-abstinência com a divulgação no ano de 2023 de relatório da Organização Mundial de Saúde. Intitulado “Reportando sobre Álcool: Um Guia para Jornalistas”, material serviu de base para uma série de manchetes alardeando que “nenhum nível de consumo de álcool é seguro” . 

Por outro lado, destaca estudos (Review of Evidence on Alcohol Health – NASEM, dezembro de 2024) que indicam que o consumo moderado, um a dois copos diários, pode reduzir o risco de AVC, demência e doenças cardiovasculares. 

Se confirmada a tendência de diminuição no consumo do vinho, os efeitos podem ir muito além da saúde pública. Regiões inteiras em diversas partes do planeta que têm sua economia, cultura e identidade vinculadas à vitivinicultura seriam diretamente afetadas. O enoturismo, por exemplo, que movimenta hotéis, restaurantes e experiências culturais, poderia sofrer retração significativa. A gastronomia também sentiria os reflexos, já que o vinho é elemento central em harmonizações e tradições culinária.

Mais do que números e estatísticas, está em jogo o modo de vida de milhares de famílias e comunidades que dependem da produção e do consumo responsável do vinho, cada vez mais crescente. Reduzir a bebida apenas à ótica do risco pode obscurecer sua dimensão cultural, histórica e social, comprometendo tradições seculares que fazem parte da identidade de diversos países.

Desse modo, o grande desafio, portanto, é encontrar um equilíbrio entre informação científica responsável calcado nos estudos, promoção da saúde e valorização de um patrimônio que transcende a taça.  

(*) TATIANA MONTEIRO COSTA E SILVA - Consultora e Advogada. Doutora em Direito pela PUC/SP, Mestre em Direito Ambiental e Professora Universitária do UNIVAG. Sócia proprietária do escritório Lopes e Monteiro Advogados Associados. Membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB/MT.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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