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Peço “licença poética” ao jornalista Carlos Nascimento, apresentador do Jornal do SBT, para iniciar este artigo reproduzindo suas palavras durante a abertura da edição que foi ao ar na última quinta-feira (19).
“Olha, ou os problemas brasileiros estão todos resolvidos, ou nós nos tornamos perfeitos idiotas. Porque não é possível que dois assuntos tão fúteis possam chamar a atenção de um país inteiro. Primeiro, um programa de televisão em que se discute um estupro, que por si só já é um absurdo, negado pelos dois protagonistas. Segundo, uma pessoa que ninguém conhece vira uma celebridade na mídia somente porque o nome apareceu milhões de vezes na internet. Luiza já voltou do Canadá e nós já fomos mais inteligentes”.
Apesar de possuir conta nas duas redes sociais que julgo serem as mais acessadas atualmente, (felizmente) demorei a me dar conta do caloroso debate acerca destes dois assuntos. Embora eu, particularmente, acredite que essa inteligência a qual o apresentador se refere esteja num passado muito mais distante do que outros imaginam, me impressionei com tamanha mobilização.
Quanto ao estupro, confesso que cheguei a ficar interessada e indignada também. Depois de tomar conhecimento do contexto, no entanto... Oras, francamente! Sexismos à parte, se tivesse acontecido com uma garota da periferia, dentro de um baile funk, mesmo que ela prestasse queixa na polícia, os dedos não estariam apontados para o agressor, mas sim para ela, que supostamente (diga-se de passagem, assim como a “vítima” em questão) deu brecha para o crime acontecer.
As reações me lembraram a repercussão do caso do yorkshire que foi espancado até a morte por sua dona. Depois de milhares de críticas e protestos contra a enfermeira, vi centenas de pessoas, inclusive aquelas que tinham participado da “manifestação”, reclamando que casos mais graves, como maus-tratos a idosos e crianças e até mesmo assassinatos ou crimes de corrupção, não despertavam tanta indignação nas pessoas quanto a morte de um cachorro.
Agora, pergunto: quantos estupros de verdade, de mulheres adultas ou até de crianças, com direito a exame de corpo de delito e boletim de ocorrência, aconteceram durante os dias em que se debateu a suposta agressão no Big Brother Brasil?
Quanto à viagem da Luiza... (cri, cri, cri) Ah, me poupe, né?!
(*) LAURA NABUCO é repórter do Diário de Cuiabá, onde o artigo foi originalmente publicado.
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José Bonifácio 23/01/2012
Realmente a imprensa ultimamente tem dado muito valor ao vulgar. Mas digamos, infelizmente hoje está tudo vulgar! Iniciando pelos bailes Funk, baladas e shows artíticos com músicas e cenas mais esdrúxulas nunca visto antes. A corrupção e erros administrativos nos governos, inclusive no judiciário viraram vulgaridade. As universidades, academias de outrora, se transformaram em pequenos centros de discussão exclusiva de assuntos sobre discriminação, sexualismo, liberação da maconha e outros assuntos triviais. Por último vivemos num país em que o partido dominante juntamente com seus aliados é o mais vulgar e depreciado em qualidade que existe. Logo, infelizmente a imprensa se obriga a mostrar essas babaquices, que por sinal, repercurtem.
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