Indignação

Divulgação

Adoro a função de repórter, considero a melhor entre tantas possibilidades dentro do jornalismo. Sair às ruas para investigar, pesquisar, observar e entrevistar torna a atividade viva. Ou, mais que isso, aumenta o nível de adrenalina nas veias.

Não me apetece a rotina nas redações, tampouco as entrevistas por telefone. Pior ainda os problemas administrativos que precisam ser sanados cotidianamente por aqueles que optam pelos cargos de chefia nos órgãos de imprensa.

Muitas vezes volto à redação cansada, desanimada e p. da vida com esse calor cuiabano que nunca dá trégua. Esse sentimento, porém desaparece em poucos minutos trazendo de volta a alegria de viver com saúde para trabalhar no que gosto.

Para mim, é tão importante trazer a público os serviços que podem beneficiar a população tanto quanto informá-la sobre o que os gestores dos diversos poderes e órgãos, remunerados com o imposto pago pelo cidadão, estão fazendo e como lidam com as verbas.

Na profissão de jornalista, repórter que sou, considero fundamental manter a capacidade de indignação com as falcatruas, abusos, desrespeitos, discriminação, preconceitos...

E, mesmo amando o que faço tenho trabalhado um pouco, não sei bem definir se triste, desanimada, descrente ou mais indignada do que normalmente sou.

Não é de hoje que prefiro as pautas que contam histórias de pessoas simples, aquelas que requerem visitas ao bairro Pedra 90, por exemplo, a assistir palestras, audiências, lançamentos de planos, projetos programas e ações nas mais diversas áreas do serviço público que se repetem por anos a fio sem nenhum resultado.

Na condição de subsede da Copa de 2014, me preocupa a gastança desenfreada e as desculpas esfarrapadas em nome da preparação da capital para receber os milhares de turistas que para cá virão atraídos pelo anúncio do mundial de futebol.

Será que vamos receber tanta gente assim? Seria necessário gastar tanto? Pagar R$ 70 mil por um relógio para fazer a contagem repressiva da chegada da Copa, já desativado, por exemplo, me parece pouco absurdo, sem contar outros itens como a compras das 10 Land Rovers por R$ 14 milhões, e os projetos de obras.

O dinheiro está escorrendo para todos os lados e nada sai do papel, enquanto os usuários da saúde morrem a míngua e jovens se perdem nas drogas sem acesso a tratamento contra o vício.

(*) ALECY ALVES é repórter do jornal Diário de Cuiabá, onde este artigo foi originalmente publicad.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.