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Falar em público continua sendo um dos maiores medos da humanidade. Para muitas pessoas, é estressante ter que se comunicar tanto com um grupo de dez quanto de 10.000 participantes. No entanto, em tempos de isolamento social devido ao novo coronavírus (Covid-19), falar em público via videoconferência se tornou algo ainda mais comum, mas não menos assustador.
Que a arte da oratória é capaz de transformar negócios e carreiras, já se sabe. O que muitos ainda não sabem é que a comunicação assertiva é uma habilidade que pode ser desenvolvida e/ou aprimorada – assim como um músculo na academia. Para começar, é preciso perder exatamente o medo. Ou seja, remover a ansiedade da equação antes de realizar qualquer atividade em público.
Vale resgatar que uma das principais necessidades dos seres humanos é o sentimento de pertencimento. Há um profundo desejo de sermos aceitos, cuidados e envolvidos em uma comunidade significativa. Isto, pois vivemos, trabalhamos e sobrevivemos juntos. Logo, como técnica de sobrevivência, nós, humanos, somos biologicamente conectados para escanear nosso grupo social para identificar onde estamos – entre eles, o grupo social do trabalho.
Nossos cérebros examinam e avaliam se estamos no centro da equipe como líder, no meio ou sendo quase ignorados ou excluídos. A questão é que se os primeiros seres humanos que vagavam pela terra fossem excluídos de sua tribo, suas chances de sobrevivência eram mínimas. Sim, ainda evitamos a exclusão e buscamos pertencer, mesmo depois de todos esses anos. E é no momento em que falamos em grupo e lançamos uma nova ideia que corremos o risco da exclusão.
Aliás, nossas mãos ficam suadas antes de falarmos em público porque tememos que nos julguem ou envergonhem por nossos pensamentos, ideias ou sugestões. Agora, você deve estar se perguntando: ok, mas como superar isso e reduzir o medo de falar em público? Seja no online ou no offline, uma alternativa é ter consciência de todas as incógnitas que colaboram para esse quadro. Ao encará-las, sua confiança aumentará.
Se o seu caso envolve uma apresentação, por exemplo, conheça os desejos e necessidades do seu público e permita que eles direcionem o conteúdo da atividade. Quanto mais você se concentrar nas necessidades do público, menos pensará na sua própria ansiedade. A propósito, conheça sua apresentação a praticando em voz alta. Isto ajudará você a identificar ideias fracas, dados ou histórias irrelevantes, além de transições desconexas.
Quanto mais você praticar, mais confiante irá ficar. Teste slides e a conexão com a internet, verifique o tamanho das letras na apresentação e cheque seu áudio, entre outros pontos. É importante conhecer a tecnologia necessária para exibir o conteúdo. Faça um backup em vários formatos na nuvem para garantir que tudo ocorra bem. E, sim, slides podem tornar uma explanação bem mais interessante – evitando que ela se torne monótona.
Lembre-se que o tom da voz e a narrativa, assim como a expressão facial e corporal, têm um impacto significativo na arte da comunicação para influência. Esses recursos também valem para o marketing pessoal – para vender quem você é. Obviamente, assim como ocorre fora do ambiente online, fique pronto com antecedência. Se o tempo permitir (e a videoconferência começar com público parcial), converse um pouco com a plateia antes de iniciar a reunião e/ou apresentação.
Observe seu público. Ao observar, você perceberá o quanto estão compreendendo ou engajados com o que você está falando. Isso te ajudará a ajustar a sua comunicação, para que ela se torne mais clara ou mais engajadora.
Claro que dúvidas são possíveis, principalmente quando se está ao vivo no online. Mas, seja proativo em antecipar a grande maioria delas – isso será crucial para reduzir sua ansiedade de falar em público.
(*) LORENA LACERDA é palestrante, Coach de Executivos e Times, Mentora de Liderança e Gestão, Presidente do Grupo Valure, associada à Fundação Dom Cabral em MT.
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