Mayke Toscano |
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HiperNotícias completou nove meses de vida no último dia 27. Era um domingo do final de março quando o site estreou na rede. Apreensão, expectativa e frustrações foram algumas das sensações que se misturaram na minha mente - e nas mentes da então diminuta equipe que se ombreou comigo para, juntos, apresentarmos uma nova proposta de jornalismo digital a Cuiabá, inicialmente, e a Mato Grosso, a médio e longo prazo.
Tínhamos no começo a pretensão de ocupar rapidamente um espaço no mercado editorial digital da capital. Essa foi a primeira frustração, porque há tanta oferta de sites noticiosos na rede que o Hiper era apenas um grão de areia, no máximo um recife, em um mar de notícias.
Mas não queríamos ser mais um. Queríamos ser diferentes.
Nossa regra de ouro para cumprir essa proposta era paradoxal: não importa se vamos levar furo, queremos dar uma informação completa e que resista a mais de cinco minutos no ar. Mas, como, se uma das principais características da internet é a instantaneidade?!
Essa regra primordial nos fez irritar parte dos escassos leitores dos primeiros dias e até semanas. Muitos nos cobravam pelos “atrasos” em nossas atualizações.
Resistimos à pressão da audiência e à tentação de sermos os primeiros a dar o furo. Entre levar um furo e comer uma barriga, prefiro que levemos o furo, eu dizia aos meus parceiros de redação. Repeti isso tanto que chegou um tempo em que precisei acrescentar: - Mas não precisamos levar furos de nós mesmos!
A internet da lida do produtor de notícias é diametralmente oposta da internet vista por quem a consome. Tivemos que aprender com muito esforço a manejar essa ferramenta de modo mais adequado. O aprendizado continua, a propósito, porque no mundo virtual o tempo é próprio, e não guarda relação com o tempo cronológico que conhecíamos.
Nos primeiros meses, trabalhávamos praticamente em regime full time, nos esgotando num esforço contraproducente, até descobrirmos os ciclos de audiência, os hábitos dos leitores – a essa altura, já em maior número, e numa propagação crescente e gradual e, hoje o sabemos, extraordinariamente rápida.
Além disso, uma série de complexos processos tecnológicos nos tirava o sono. Por que nossa página é mais lenta para carregar que as de outros? Por que temos menos comentários que outros? Por quê ...?
Muitas respostas vieram com a maturação do próprio processo, outras, ainda não descobrimos.
O fato é que chegamos ao encerramento desses curtos nove meses com uma gostosa sensação de termos encontrado o jeito de fazer para oferecer o tipo de jornalismo a que nos propusemos para público que optamos a atender. Literalmente nascemos do ventre de nossos leitores, não apenas da nossa vontade ou conveniência. Existimos!
HiperNoticias não se considera melhor nem pior que nenhum outro da vasta gama de sites existentes em nosso mercado regional – alguns que nos inspiraram, outros que nos desafiaram, e até aqueles que ignoramos e que nos ignoraram.
HiperNoticias é apenas “diferente”!
E essa diferença não é do Kleber Lima, senão o Hiper seria um blog ou apenas um perfil no Facebook. É de toda a uma equipe, formada por diferentes pessoas, desde o veterano Jorge Estevão, passando pelos experientes Paulo Coelho, Noelma de Oliveira, Marcio Coene e Brás Rubson, os jovens talentos Aliana Camargo, Hérica Teixeira, Mayke Toscano e Karine Miranda, os principiantes Max Aguiar, Gabriel Soares e Jô Arruda – pessoas merecedoras da minha mais sincera gratidão e co-responsáveis pelo sucesso conquistado pelo HiperNoticias até aqui. (Registro também a contribuição dos companheiros de viagem Luiz Acosta e Isadora Spadoni, além dos inúmeros colaboradores, articulistas e fontes).
Essa diferença é, sobretudo, dos hiper leitores que nos descobriram, e desde então, com seu exigente padrão de qualidade, passaram a interagir conosco de uma forma tão orgânica que se misturam a nós, numa simbiose hiper bacana. Nos afetando mais que nós a eles!
Para os que ainda se interrogam sobre o que somos ou o que representamos, recorremos a Fernando Pessoa para desambiguar a questão: - Somos “Isto”:
“Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo.
Não. Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!”
Hiper 2012 a todos, e muitíssimo obrigado por abraçarem nossa proposta.
(*) KLEBER LIMA é jornalista e Diretor Geral de HiperNoticias. E-mail: [email protected]
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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Américo Corrêa 02/01/2012
Sei quão difícil é realizar um sonho, edificar uma obra. Essa etapa é difícil porque convivemos mais com a incompreensão, a incredulidade, a suspeita, o pessimismo, do que com a confiança, o estímulo, a expectativa positiva. Mas também aprendi na lida da vida que existem pessoas destinadas à tarefa de construir pirâmides e versos, como diz Nizan Guanaes. Kleber Lima é uma dessas pessoas iluminadas, construtores de pirâmides e versos. Hipernotícias é uma dessas obras. Parabens KL. Parabens equipe.
Gilmar Maldonado Roman 31/12/2011
Parabéns Kleber pelo sucesso do Hipernotícias. Não me passa nenhum dia sem visitá-lo por duas ou três vezes. Grande abraço e que 2012 seja generoso com todos os que produzem e lêem este grande informativo on line.
Jorge Estevão 30/12/2011
Realmente comandar, junto com o Kleber, a Redação do Hiper foi mais que um desafio, foram vários aprendizados. E sempre gostei de desafios e sempre quero aprender mais, aceitei essa missão de estar Editor dessa valorosa equipe.
Edmar Roberto Prandini 29/12/2011
Parabéns pelo esforço dos primeiros meses. Tenho Cuiabá como residência apenas por um mês a mais do que o HiperNotícias. Mas, é o veículo com qual mais me identifiquei, por enquanto, dada a qualidade sofrível dos concorrentes, que aqui registro. O Hiper tem um bom texto, atenção à clareza dos conteúdos e sua consistência e uma postura que me parece menos "mercantilizada" do que a dos demais veículos que tenho observado, o que os deprecia enquanto jornalismo, obviamente. Registro, entretanto, a ausência de informação sobre A Privataria Tucana, do Amaury Ribeiro Jr., que evidentemente teria que ser objeto de análise dos políticos locais, onde Serra obteve elevada votação nas eleições presidenciais, delineando uma identidade ideológica que por si só constitui matéria. Feliz 2012!
Hérica Teixeira 29/12/2011
Sou feliz por fazer parte desta equipe e de poder aprender cada dia mais com meus queridos amigos de trabalho. Hiper obrigada. Em 2012 estamos juntos!
Paulo F.A.Coelho 29/12/2011
Há que RESPEITAR a inteligência do leitor e, por isso, Nossa Peleja Para Produzir Muito Mais Que Informação... Sem Apelação!
Marcio Coene 29/12/2011
Simplesmente obrigado !!!!
Aliana Camargo 29/12/2011
Meu muito obrigada! Agradeço por fazer parte dessa construção desde o início, de poder crescer na cobrança diária em busca do melhor ângulo. Ao Hiper, vida longa!
8 comentários