O presidente Lula (PT) estará em Campo Verde (131 km de Cuiabá) neste sábado (17) com o ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), para lançar o programa "Solo Vivo" e entregar máquinas agrícolas. A visita no assentamento Santo Antônio da Fartura ocorre cerca de um mês depois de Lula ir ao Parque Nacional do Xingu, em São Félix do Araguaia (a cerca de 1.100 km da Capital), para agenda com o cacique Raoni Metuktire. O retorno de Lula a Mato Grosso é uma demonstração do esforço que o governo federal tem feito para reatar com o agro após a suspensão temporária do Plano Safra fragilizar a imagem da gestão.
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Além da reputação abalada em meio aos produtores rurais, Lula também enfrenta resistências no Executivo. No evento com Raoni, o presidente ignorou o governador Mauro Mendes (UB), deixando de enviar um convite ao cerimonial do Palácio Paiaguás. Mauro, por sua vez, retribuiu o desprestígio, seguindo com os compromissos oficiais como se Lula não estivesse em seu território.
A bancada de MT em Brasília, deputados estaduais, prefeitos e vereadores acompanharam a debandada de Mauro Mendes. Para não deixar o palanque vazio, as ministras e ministros dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede Sustentabilidade); da Cultura, Margareth Menezes; e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, deixaram Brasília para reforçar o staff de autoridades.
A tensão entre Mendes e Lula é motivada pelo estreitamento do vínculo do governador com a extrema-direita. Mauro tem defendido abertamente a aprovação da anistia no Congresso aos presos políticos dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, participando de manifestações políticas organizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o tem como principal aliado em MT.
O governador nunca declarou estar na esquerda, mas mantinha diálogo com Lula. No entanto, essa abertura começou a ruir quando Mendes revisou seu posicionamento de centro e passou a flertar com a direita.
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