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Política Sábado, 24 de Outubro de 2020, 08:00 - A | A

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Sábado, 24 de Outubro de 2020, 08h:00 - A | A

CONFIRA A ENTREVISTA

Julier nega desgaste do PT e defende a criação do Bolsa Família Cuiabana

THAYS AMORIM

Com o intuito de auxiliar o eleitor na escolha que definirá os rumos da Capital pelos próximos quatro anos, o HNT/HiperNotícias promove uma rodada de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Cuiabá. Neste sábado (24), é a vez de Julier Sebastião (PT), que durante entrevista negou que exista uma rejeição ao Partido dos Trabalhadores e declarou que caso seja eleito irá criar o “Bolsa Família Cuiabana”.

Alan Cosme/HiperNoticias

julier sebastião

Julier, que disputa com 7 concorrentes o Palácio Alencastro, definiu a população vulnerável como prioridade na administração municipal. O candidato ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) em meio a pandemia e prometeu uma saúde do século XXI para Cuiabá.

Com história na magistratura, Julier se afastou do cargo como juiz federal para entrar na política em 2014. Desde então, o candidato concorreu em 2016 à prefeitura de Cuiabá pelo PDT, conquistando 8,12% dos votos válidos (cerca de 23,3 mil votos). Neste ano, o candidato possui o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro e ex-candidato à presidência Fernando Haddad.

HNT: Qual área o senhor considera como a maior prioridade da Capital e por que? Quais são as suas propostas para essa área?

Julier Sebastião: Nós temos como fundamento para essa campanha a inversão das prioridades em Cuiabá, ou seja, em todas as áreas nós vamos colocar o mais vulnerável como objeto de maior preocupação da administração e do orçamento, enfim, das políticas públicas. Isso significa que hoje, o público alvo do nosso programa [de governo] são aqueles que ficaram esquecidos durante esses 301 anos da cidade. Portanto, isso será levado para a educação, saúde, saneamento, para a área de regularização. E também para a criação do nosso programa de renda básica, chamado Bolsa Família Cuiabana. A prioridade será o mais vulnerável, todas as áreas do governo municipal serão colocadas sobre essa premissa. Vamos melhorar a vida de todas as famílias cuiabanas, é isso que nós estamos propondo, mas notadamente vamos cuidar do mais vulnerável. Quando você cuida deles, você cuida de todo o tecido social porque isso fomenta, circula a mercadoria e o mercado, as oportunidades, e a inclusão daqueles que estão por muito tempo esquecidos.

HNT: O senhor cita a criação do Bolsa Família Cuiabana. Na prática, como o projeto funcionaria?

JS: Essa pandemia nos evidenciou a necessidade do Estado ser mais forte em todas as suas áreas. No ponto específico da saúde, ficou reforçado a necessidade de engrandecimento e valorização do SUS [Sistema Único de Saúde], das questões coletivas, da presença da prefeitura, do estado e da União na vida das famílias. Aqui em Cuiabá, durante a pandemia, nós percebemos que as famílias cuiabanas, as mais carentes, ficaram ao “Deus dará”. Não tiveram acesso a qualquer programa de rede de proteção social do município ou do estado. E o pouco que se teve, que foi o auxílio emergencial aprovado a nível federal, se deve mais à iniciativa do PT, dos parlamentares no Congresso, do que ao governo federal, que era contra. Foi contra os R$ 600, e queria apenas R$ 200. A partir disso, ficou constatado que as famílias em Cuiabá ficaram desamparadas. Espero que não seja uma situação que se repita, porque nós vamos criar o Bolsa Família Cuiabana, justamente para que nesses momentos os cuiabanos e cuiabanas não fiquem desalojados de ajuda. No momento que você mais precisa, o município tem que estar presente. 

HNT: Com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e com as investigações do ex-presidente Lula, o PT sofre uma alta rejeição. O senhor acredita que isso irá influenciar na sua candidatura em Cuiabá? Como o senhor enxerga esse contexto a nível municipal?

JS: Essa construção da rejeição do PT não é verdade. Se fizermos uma pesquisa sobre qual é o partido preferido em Cuiabá, vai dar o PT em primeiro lugar. Eu estou falando sobre dados concretos. O PT, por duas oportunidades, disputou o segundo turno [em Cuiabá], em 2004 e 2012, e perdeu a eleição por 1 ou 2 pontos percentuais. O [ex] presidente Lula, em suas eleições, nunca perdeu em Cuiabá. Evidentemente, nós não podemos negar que durante esses anos, que culminou com o golpe de Estado em 2016 que tirou a presidente Dilma do governo, o PT foi criminalizado. O contexto hoje é outro, nós temos um governo [Bolsonaro] que foi beneficiado por isso. A prova dessa perseguição injusta ao partido é que o então juiz Sérgio Moro, maior perseguidor do presidente Lula, virou ministro da Justiça do principal beneficiário da decisão que tirou o ex-presidente da disputa. Então, nós todos podemos fazer essa leitura e hoje a conjuntura é outra. Temos um governo desastroso à nível federal, um governo estadual que é da mesma índole e natureza, e um governo municipal que é um caos total, um escândalo atrás do outro. 

HNT: Nesse período de coronavírus, Cuiabá possui diversos desafios. Quais são as suas propostas específicas para a Saúde da Capital?

JS: Nós temos um projeto que vai chamar Saúde 21, que é a saúde do século XXI. É um conjunto de medidas que fortalecem o SUS. Com a pandemia, onde não existia um sistema público de saúde, foi uma tragédia. No Brasil, já foi e está sendo uma tragédia. Só não é maior porque nós temos SUS. O presidente e governador negligenciaram, e não me cabem palavras para definir a inação do prefeito. No século XXI, a prioridade é o fortalecimento do SUS e ampliação dos PSFs [Programa Saúde de Família]. O atual prefeito não aumentou um PSF sequer durante 4 anos. A presença das UPAs [Unidade de Pronto Atendimento] no município tem que ser alargada para cobrir a sua extensão, os seus bairros. Temos que ter a ampliação do sistema de prevenção de saúde, ou seja, fazer com que os médicos atuem na prevenção. Essa pandemia evidenciou isso. Ainda dentro da saúde, a ausência de prevenção e do fortalecimento do SUS resultam no que o prefeito fez aqui em Cuiabá, inaugurar 15 vezes o Pronto Socorro e largar os PSFs e UPAs dos bairros às moscas. Isso não é saúde, do século XXI, o que nós estamos propondo é ir para o século XXI. Vamos sair do século XVII.

HNT: Candidato, com a pandemia, a Educação de Cuiabá também sofreu diversas mudanças com o Ensino à Distância. Quais são as suas propostas para essa área? 

JS: A questão das aulas já tem um problema sério que é o retorno presencial, a nova administração tem que lidar com isso, com um novo calendário. De concreto, as famílias e os estudantes não podem ser prejudicadas. A rede pública vai ter que se preparar para viver as consequências e os reflexos da pandemia, isso está claro no nosso plano de governo. Nós vamos trabalhar com essa transição, garantir o direito dos alunos em conjunto com os professores e os profissionais da educação, para que nós possamos gerir as consequências da pandemia e ao mesmo tempo providenciar a transição que nós pretendemos dentro do sistema de ensino. Ou seja, de adotar o ensino integral na rede municipal, esse é o ponto fundamental no programa de governo. A segunda questão é que nós temos problemas sérios dentro da Secretaria de Educação, com desvios éticos e com os dois últimos secretários afastados pela Justiça por problemas de improbidade. Isso é muito grave, principalmente quando metade dos seus custos são financiados pelo Fundeb [Fundo Nacional de Educação], com recursos federais. Se não fosse a renovação do Fundeb, Cuiabá teria sérios problemas para manter o seu ensino fundamental. Nós precisamos planejar a saída da pandemia e a retomada das aulas com segurança para as crianças e para os profissionais do ensino. Nós vamos valorizar e implementar a gestão democrática das escolas, e isso tudo com o fundamento básico: ao final de 4 anos, nós teremos o ensino integral na rede municipal, para que as nossas crianças fiquem de manhã e à tarde na escola, com atividades curriculares, desportivas e culturais, englobando toda a formação.

HNT: No último mês de setembro, Cuiabá enfrentou altas temperaturas devido às queimadas no Pantanal. Quais são as suas propostas para o meio-ambiente, pensando em uma cidade mais sustentável? 

JS: Uma das questões básicas de Cuiabá passam pelo saneamento, no que se refere ao meio-ambiente. Ou seja, o rio Cuiabá e as suas nascente, que formam a sua bacia, não podem se transformar em esgoto. Até porque a água que consumimos é captada do rio Cuiabá. Nós temos que tratar do saneamento da cidade para valorizar a questão ambiental. Veja que Cuiabá é conhecida como cidade verde não porque alguém achou que iria chamar a Capital assim. Isso vem lá do início do século XX, do nosso arcebispo e ex-governador Dom Aquino Corrêa, que cunhou o termo de um de seus poemas. As queimadas, evidentemente, são fruto da omissão e incentivo do governo Bolsonaro, do governo do Estado e do prefeito de Cuiabá, que não toma nenhuma providência. Há queimadas urbanas, mas fundamentalmente Cuiabá é prejudicada pelo descaso do governo federal e estadual. Como prefeito, nós tomaremos as providências em nome de Cuiabá, começando por imputar as responsabilidades devidas ao governo Bolsonaro e Mauro Mendes, e tomar as medidas administrativas. Inclusive com sanções de multas à essas atividades e com interdição naquilo que for pertinente, como na área rural da cidade. Além disso, punir os proprietários de imóveis que mantém os seus terrenos sem limpeza, e isso com a alíquota do IPTU progressivo, com a presença de fiscalização do município. E tomando notadamente as providências administrativas em face do estado de MT e da União, por sua omissão na garantia da saúde dos cuiabanos. 

HNT: Candidato, com a pandemia, diversas regras sociais e de isolamento foram impostas à população. Qual a sua proposta para o Carnaval de 2021 em Cuiabá? O senhor pretende manter a comemoração ou suspender?

JS: A princípio, nós temos uma sensação de que a pandemia ainda não passou. As pessoas falam sobre o pós-pandemia mas isso não é verdade, estamos no meio da pandemia. Estamos todos usando máscaras nos mais variados locais, ninguém se toca. Não tem nada de pós-pandemia. O Poder Público não pode, em hipótese alguma, se tornar menos alerta sobre a sua responsabilidade. Essa questão, se vai ter ou não carnaval, é uma questão de saúde, sanitária. Evidentemente, que até a data do carnaval, isso vai depender de avaliação sanitária e de saúde. Não pode ser uma bandeira. As coisas devem ser feitas com responsabilidade, quem dita isso é a questão sanitária. Se chegarmos até final do ano e continuarmos como estamos nessa pandemia, é evidente que qualquer autoridade administrativa tenha que ser responsável e dizer claramente que não será possível fazer carnaval. E se for possível, tem que dizer que a população pode brincar o carnaval. Para A ou para B, é preciso aguardar, tem que ter responsabilidade. Na minha opinião, só com segurança.

A ordem dos entrevistados aconteceu de acordo com a disponibilidade dos candidatos.

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