A deputada estadual Janaína Riva (MDB) voltou a cobrar do prefeito reeleito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), uma aproximação partidária. Emanuel e Janaína vivem tempos ruins desde a campanha eleitoral. Os desentendimentos também se estenderam no pós-eleição e têm redefinido a estrutura interna do MDB. Na última segunda-feira (14), a parlamentar defendeu que a falta de iniciativa do prefeito poderia gerar uma situação política insustentável.
Assessoria
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"Quando na camapanha eu dizia que o Emanuel tinha que construir uma relação com o partido, é porque você não reúne um partido só quando vai discutir eleições, tem que ter afinidade. Eu criei um vínculo muito forte com o MDB. Essa relação que eu acredito que falte hoje para o Emanuel, ele tem que estar no partido com essa identidade. Se ele não for capaz de construir uma relação com esse grupo que seja harmoniosa e de respeito, fica muito difícil políticamente no partido", disse.
A deputada também cobrou iniciativa do prefeito no segundo turno das eleições municipais, quando Emanuel enfrentou Abílio Júnior (Podemos). À época, a parlamentar chegou a cogitar aliança com Abílio, mas recuou após uma conversa com o presidente estadual do MDB, Carlos Bezerra.
"No segundo turno, Emanuel não ligou para mim, para o Bezerra, para o Doutor João... Por mais que falem que é obrigação do partido, não é. É importante que o político se sinta útil em um projeto", criticou.
Ao mesmo tempo, Janaína afirmou que, depois de todas as desavenças, está aberta para conversar com o correligionário, mas aguarda dele o primeiro passo. "E vou aguardar o Emanuel procurar para sentarmos com o Bezerra, para a gente discutir o partido, quais rumos o partido vai tomar pensando em 2022. Passar uma borracha na divergência que nós vivemos", declarou.
A deputada ainda ressaltou que o afastamento entre Emanuel, que já está sendo cobiçado por outras siglas, e o MDB partiu do próprio prefeito. Segundo Janaína, os próprios emedebistas que fazem parte da base aliada de Pinheiro não tem identidade com o partido.
"Quando eu dizia na eleição que ele estava colhendo o que plantou, era porque ele se afastou muito do MDB. Os emedebistas que estão ao lado do Emanuel estão muito mais próximos dele do que do MDB. Eu acho que faltou essa reciprocidade pelo que o MDB fez por sua candidatura à prefeitura. O partido deu estrutura, dinheiro... Quando eu falo dele procurar o partido é porque foi ele quem se afastou", afirmou.
Emanuel x Janaína
No primeiro turno das eleições, a deputada Janaína Riva optou por estreitar os laços com o governador Mauro Mendes (DEM) ao declarar apoio a Roberto França (Patriota). Apesar de algumas justificativas partidárias, a decisão da parlamentar em se afastar de Emanuel partiu de um desentendimento pessoal depois que o prefeito de Cuiabá chamou o pai da deputada, José Riva, de "maior ficha suja do país" e "bandido".
Desde então, os ânimos no MDB só se exaltaram. Com a chegada do segundo turno, Janaína se manteve neutra a pedidos de Bezerra, que também não participou ativamente da campanha de Emanuel. O emedebista, por fim, saiu vitorioso e magoado.
Em uma reunião entre os prefeitos eleitos e reeleitos pelo MDB e o governador do Estado, Pinheiro resolveu não comparecer e fortaleceu não só seu desafeto com Mendes, como com o seu próprio partido. Mas, segundo o prefeito vitorioso, seria 'oportunista' por parte do MDB participar de uma vitória que não construiu.
Em uma tentativa de acalmar os ânimos, Bezerra resolveu colocar Janaína no lugar do advogado Francisco Faiad no comando do MDB em Cuiabá. O problema é que Faiad foi um dos emedebistas fiéis a Emanuel e o prefeito não aprovou a troca no comando.
"Tem sentido tirar o partido de um comando vitorioso, leal e companheiro e entregar para o comando derrotado e que traiu o partido? Isso não existe", disparou.
Bezerra, contudo, tenta equilibrar suas lideranças e prometeu diálogo ainda essa semana. Janaína, por outro lado, defende seu lugar no cargo. "Quem sabe a gente consiga apaziguar os ânimos, fazer com que o partido volte a pensar no futuro, e parar com essas picuinhas, essas agressões. O partido foi muito agredido", disse a deputada.
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José Roberto 16/12/2020
Boa tarde, não estou entendendo a deputada. Ela diz que o Emanuel não ligou para ela. Mas foi ela quem afirmou em alto e bom som que nao o apoiaria, ou não foi? Menos holofotes deputada!
1 comentários