A senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), responsabilizou a “incompetência do Executivo” pela falta de avanços no diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ela rejeitou a ideia de que a crise nas relações bilaterais seja culpa da família Bolsonaro, apesar de o clã do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentar capitalizar politicamente a instabilidade.
"O clã Bolsonaro pode falar, mas quem está no governo? Quem tem representatividade, quem pode resolver é o governo", disparou a senadora em visita a Cuiabá para a filiação da senadora Margareth Buzetti ao PP, nesta quinta-feira (21).
A parlamentar ocupa o cargo de relatora na comissão que trata das relações comerciais entre os dois países. Tereza Cristina adiantou que um relatório está sendo elaborado e, apesar da vitória na redução das tarifas estadunidenses sobre o alumínio, os congressistas ainda trabalham para aliviar o impacto a outros setores, como o café. Segundo ela, falta iniciativa do governo Lula (PT) para apaziguar as relações.
"Nós lá [nos EUA] tivemos a convicção de que o governo não está fazendo nada para resolver nossos problemas. Nós temos dois problemas, um de ordem comercial e outro político. E nós estivemos lá para falar sobre comércio que isso atrapalha o desenvolvimento e a economia brasileira. Ontem já tivemos um pequeno avanço que foi o alumínio, que reduziu a taxação, mas nós continuamos trabalhando para resolver o problema do café, do peixe, das frutas, enfim. Mas é a iniciativa privada porque o governo, infelizmente, não está com iniciativa nenhuma", afirmou.
Tereza Cristina ainda comentou a fala do ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, que cobrou que Donald Trump dê 'um passo atrás. "Acho que todas as instituições brasileiras precisam dar um passo atrás", retrucou.
De acordo com a ex-ministra, a comissão precisou fazer 'mea culpa' na visita aos Estados Unidos pela falta de relações diplomáticas entre o Brasil e o país norte-americano desde que Donald Trump assumiu o governo.
"O Congresso fez a sua parte, fomos lá, fomos criticados pela esquerda, pela direita, por todo mundo, mas nós precisávamos abrir a diplomacia parlamentar e também fomos fazer mea culpa porque o Brasil deixou de fazer isso com o Congresso e também com o governo que precisa ter um canal aberto com a maior economia do mundo, a maior portência mundial e nós não fizemos isso desde que o Trump assumiu. Não teve uma ligação do presidente Lula nem para lhe dar parabéns pela vitória", apontou.
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