A vereadora por Cuiabá, Edna Sampaio (PT), divulgou carta aberta em solidariedade à colega da Câmara, Maysa Leão (Republicanos), após ser promovida à "defensora de estupradores" pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL) e ingressar com requerimento na Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa (ALMT) contra o parlamentar. No texto, Edna cita o preconceito contra as mulheres e a violência de gênero e critica Cattani pelo comportamento misógino. A petista também faz uma provocação velada aos membros da Comissão de Ética ao mencionar que são os "homens que fazem as leis" e "fiscalizam a partir de seus interesses".
"A política precisa se 'mulherizar' para que 'Cattanis' não se criem e nem sejam premiados por suas condutas misóginas. Os homens também podem evoluir em nossa direção e se libertarem do machismo, afinal, não há lugar para todos os homens no lugar que o machismo reservou para alguns, apenas", menciona trecho do documento.
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Sobre o gabinete da petista paira a investigação por supostas "rachadinhas" no uso da verba indenizatória. A Comissão de Ética, formada por três homens, considerou Edna Sampaio culpada e emitiu parecer pela cassação do mandato da vereadora. Na carta direcionada à Maysa, Edna fala sobre o machismo enraizado nas estruturas políticas.
"São os homens que fazem as leis, que as aplicam e que as fiscalizam a partir de seus interesses. São os homens que controlam as estruturas econômicas sociais e políticas do Estado ao mercado, da igreja ao futebol, dos partidos às instituições familiares", escreveu.
A vereadora também utiliza pesquisa da ONU/Mulher para lembrar que 85% das pessoas alimentam algum tipo de preconceito contra as mulheres, implicando em situações repetidas de violência de gênero dentro do ambiente político. Edna é conhecida pelos pares por utilizar a violência de gênero como subterfúgio diante das situações que a envolvem na Câmara, inclusive, a acusação de "rachadinhas".
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"A violência de gênero, sob todas as formas, é decorrente da desigualdade de poder entre homens e mulheres. Um poder que não nos permite contestar um homem", pontuou a parlamentar.
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