A indignação do povo indígena Apiaká, que classificou como "discriminação" e "difamação" um vídeo gravado dentro do gabinete da Prefeitura de Juara (a 640 km de Cuiabá), levou ao pedido de exoneração do chefe de gabinete, Antônio de Santana Neto. Ele permanece no cargo até sexta-feira (30).
Nas imagens que viralizaram nas redes sociais, Antônio aparece ao lado do secretário de Finanças, José Roberto Pereira Alves, usando itens de artesanato tradicional como cocar, arco e flecha para simular uma suposta “dança da chuva” dentro do gabinete.
A reação foi imediata. Em nota oficial, o povo Apiaká repudiou a atitude, classificando-a como uma afronta à cultura indígena. “Consideramos que isso é uma difamação, discriminação com a cultura dos povos indígenas, pois na nossa cultura não existe dança da chuva como o vídeo mostra. Achamos uma falta de respeito usar um setor público para esse tipo de demonstração ridícula, sem nenhum conhecimento da nossa cultura e costumes”.
O prefeito de Juara, Valdinei Holanda Moraes, o Nei da Farmácia (PRD), confirmou que Antônio de Santana Neto pediu exoneração após a repercussão negativa. Segundo ele, o vídeo foi gravado em novembro do ano passado, ainda na gestão do ex-prefeito Carlos Sirena, que deixou o cargo em 31 de dezembro de 2024. “Isso aconteceu na gestão do Sirena. Chamei o chefe de gabinete para conversar, ele confirmou que foi gravado no ano passado. A política infelizmente não acaba em outubro”, declarou Nei da Farmácia, que na época era vice-prefeito.
REPÚDIO DO POVO APIAKÁ
NOTA NA INTEGRA
Povo Apiaka, município de Juara-MT. Viemos por meio deste manifestar sobre o vídeo que visualizou na internet que foi gravado por dois secretários no gabinete do prefeito de Juara, fazendo a dança da chuva” consideramos que isso é uma difamação, discriminação com a cultura dos povos indígenas, pois na nossa cultura não existe dança da chuva como o vídeo mostra. Achamos um a falta de respeito usar um setor público onde deveria mostrar o respeito a população, não para fazer esse tipo de demonstração ridícula sem nenhum conhecimento da cultura e costume dos povos indígenas.
VEJA VÍDEO:
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