Apontado como um dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso, Ederson Xavier de Lima, o “Boré”, de 43 anos, comandava um esquema de raspadinhas ilegais usado para lavar dinheiro e financiar atividades da facção. O grupo foi alvo da Operação Raspadinha do Crime, deflagrada nesta terça-feira (14) pela Polícia Civil em mais de 30 cidades do estado.
As investigações, conduzidas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), revelaram que o esquema movimentou mais de R$ 3 milhões em seis meses. As raspadinhas eram vendidas por R$ 5, com prêmios que prometiam até R$ 50 mil, mas raramente ultrapassavam R$ 100.
Segundo o delegado Antenor Pimentel, Boré era responsável por movimentar o dinheiro da facção e realizar pagamentos por meio de contas de laranjas. Ele foi preso no fim de setembro em uma praia de Niterói (RJ). “A raspadinha era totalmente clandestina. Não havia site ou sistema, tudo era feito via WhatsApp”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil descobriu que o lucro era dividido entre comerciantes, distribuidores e a facção: 10% para o ponto de venda, 10% para o distribuidor e 80% para o Comando Vermelho. As raspadinhas eram impressas em Várzea Grande, e a gráfica já produzia o oitavo lote — o que indica a circulação de mais de 200 mil bilhetes.
Ao todo, a operação cumpriu 21 mandados de prisão preventiva, 54 de busca e apreensão, além de 25 quebras de sigilo bancário e telemático e 11 bloqueios judiciais, que somam mais de R$ 1,1 milhão em valores sequestrados. O material apreendido incluía centenas de bilhetes e banners de divulgação, que foram autorizados pela Justiça a serem descartados.
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