Após 13 anos de uma sangrenta disputa, rebeldes derrubaram o regime de Bashar al-Assad, neste domingo (08), na Síria. Desde 2000, Bal-Assad comandava a Síria, e seu regime foi marcado por uma brutal repressão a manifestações da Primavera Árabe em 2011. A repressão desencadeou um conflito interno que atraiu potências internacionais como Rússia e Irã, permitindo a Assad retomar regiões do país e manter-se no poder.
Durante esse período, o Estado Islâmico (ISIS) também ganhou força, controlando vastas áreas da Síria até sua derrota em 2019. Apesar de aparentar uma relativa estabilidade nos últimos anos, a resistência de facções opositoras nunca desapareceu completamente, culminando na ofensiva do HTS em novembro de 2024.
O HTS, um grupo jihadista de origem síria, começou sua ofensiva no noroeste do país, tomando cidades chave como Aleppo, Hama e Homs, e avançando rapidamente para o sul, até o cerco à capital, Damasco. A pressão foi imensa, e a força do exército sírio começou a entrar em colapso. O regime de Assad, enfraquecido por anos de guerra, sanções e falta de apoio militar decisivo, não conseguiu resistir à investida. Relatos indicam que Assad fugiu da capital em um avião, com seu paradeiro atual desconhecido.
O HTS, formado inicialmente como a Frente al-Nusra e tendo rompido com a Al-Qaeda em 2016, consolidou seu poder nas províncias de Idlib e Aleppo, governando segundo a lei islâmica. A ofensiva teve como justificativa a defesa contra ataques contínuos do regime e o aumento das tensões com as milícias apoiadas pelo Irã, que enfrentam dificuldades devido à crise no Líbano e ao envolvimento da Rússia na guerra da Ucrânia.
A resposta internacional tem sido mista. Enquanto os Estados Unidos acompanham de perto os eventos, os Emirados Árabes Unidos expressaram preocupação com a instabilidade que pode advir do colapso do regime de Assad. O enviado da ONU à Síria, Geir Pedersen, indicou que este momento poderia representar uma nova fase de paz e reconciliação para a Síria, embora as cicatrizes deixadas pela guerra civil sejam profundas e difíceis de superar.
Este evento marca uma reviravolta significativa no complexo e sangrento conflito sírio, deixando no ar a questão de qual será o futuro político do país e o papel que as potências regionais e mundiais desempenharão no processo de reconstrução e estabilização da Síria.
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