Uma das vítimas que acusa o líder espiritual Luiz Antônio Rodrigues Silva, de 49 anos, de abuso sexual - responde por um total de 14 mulheres - durante sessões religiosas em Cuiabá não compareceu à audiência de instrução do caso. Ela recebeu um atestado psiquiátrico, que afirmava que sua presença poderia agravar seu estado mental. Segundo a advogada de quatro vítimas, Karime Dogan, a audiência de instrução do caso, realizada nesta terça-feira (7), foi marcada por lágrimas das vítimas. A defensora acredita que a sentença saia em 90 dias.
O processo contra Luiz Antônio Silva, que também é advogado, está em andamento na 8ª Vara Criminal de Cuiabá. Durante a audiência de instrução, o réu teve seu pedido de responder pelo caso em liberdade negado.
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“Uma das vítimas não compareceu devido ao estado emocional psiquiátrico extremamente abalado e a psiquiatra determinou que ela não comparecesse, porque poderia prejudicar muito o tratamento psicológico que está sendo feito”, explicou Karime.
Em entrevista ao HNT, Karime explicou que Luiz Antônio mantém sua alegação de inocência, apesar das acusações. “Ele se mantém com a sua fala de que é inocente, negando as acusações, mesmo que a gente tenha um arcabouço de provas robusto”, contou a advogada.
Durante a audiência, algumas vítimas revelaram detalhes anteriormente não mencionados à polícia por vergonha, destacando a importância de seus depoimentos para prevenir casos futuros.
“Foi apresentado por algumas vítimas (sic) novas particularidades, partes mais chocantes dos abusos sofridos, de como ele praticava esses abusos, que no primeiro momento, no inquérito policial, não foi colocado, e elas [vítimas] até informaram, durante a audiência, que estavam com vergonha de apresentar isso. Ali, elas conseguiram falar, diante da conscientização delas, da importância de ser colocado em juízo”, relatou Karime Dogan.
Devido à sensibilidade do assunto, os depoimentos foram interrompidos em alguns momentos com as vítimas sob forte emoção.
Karime afirmou que as vítimas esperam que Luiz Antônio seja condenado de acordo com a gravidade do crime. Ela destacou que elas se sentem não apenas abusadas sexualmente, mas também financeiramente extorquidas.
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“Elas pagavam para ser abusadas, acreditando que aquilo era uma prática religiosa que, na verdade, não é uma prática religiosa, como foi comprovado nos autos do processo”, disse a jurista.
A advogada expressou a sua expectativa de que a sentença saia entre 60 e 90 dias, ressaltando a importância de um julgamento rápido para evitar a liberdade do réu e tranquilizar as vítimas.
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O CASO
Luiz Antônio Rodrigues Silva, de 49 anos, é acusado de cometer abusos com 14 mulheres que frequentavam o centro espírita conduzido por ele. Segundo as vítimas, o suposto sacerdote as atendia na “Casa de Umbanda Caboclo 7 Estrelas” e abusava delas durante as sessões espirituais.
O líder espiritual foi preso em setembro do ano passado e, depois, colocado em liberdade provisória na audiência de custódia. No entanto, ao ser solto, mais vítimas foram até a polícia denunciar casos de abuso.
Durante o período em que ficou em liberdade provisória, Luiz Antônio chegou a publicar um vídeo em suas redes sociais dizendo que voltaria com os trabalhos espirituais e que tudo não passou de uma ‘situação inusitada’. A defesa nega que o vídeo tenha sido publicado pelo líder espiritual.
“Pessoal, frente a essa situação inusitada que ocorreu ontem, eu venho aqui dizer para vocês que o trabalho na mata está mantido”, afirmou Luiz Antônio à época.
Após a publicação do vídeo, um novo decreto de prisão contra Luiz Antônio foi expedido, pois a Justiça entendeu que significava um ato intimidador com as vítimas, considerando que elas já se encontravam em um momento frágil com a conduta do líder espiritual.
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