Segundo decisão do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) que autorizou a 'Operação Ragnatela', foram identificadas movimentações financeiras entre Willian Aparecido da Costa Pereira, o Willian 'Gordão', e o Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município De Cuiabá (Sindraf), presidido pelo vereador Paulo Henrique. Transações indicariam, em tese, o recebimento de vantagens indiretas por parte do parlamentar e sindicalista em troca de auxílio às operações de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em casas noturnas da Capital.
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Suspeitas vieram à tona nesta quarta-feira (5), no âmbito da Operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) para desestruturar o núcleo da facção criminosa. Tanto o Sindraf quanto o vereador Paulo Henrique foram alvos de mandado de busca e apreensão.
Consta na decisão que emanou as ordens judiciais que, durante análise da quebra de sigilo fiscal da empresa de William Gordão, identificou-se a compra de telhas no valor de R$ 10,5 mil, cuja entrega se deu no sindicato do qual Paulo Henrique é presidente. Para as autoridades, a suposta doação reforça a tese de que o parlamentar usou o sindicato para operações ilícitas.
"Pontuo, outrossim, que o cumprimento de mandado de busca e apreensão, especificamente no Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá – SINDARF/MT, justifica-se em razão do vereador Paulo Henrique exercer a função de Presidente, utilizando-se deste também como recurso para a lavagem de capitais da ORCRIM e para auferir vantagem ilícita direta ou indiretamente", diz trecho da decisão.
A suposta ligação de Paulo Henrique com os faccionados do Comando Vermelho também incluíria o apadrinhamento de Rodrigo Leal, ex-chefe do Cerimonial da Câmara de Cuiabá que teria sido indicado, em tese, pelo vereador investigado.
Rodrigo Leal atuava diretamente na organização dos shows financiados pelo CV e pela G12 Eventos que, no âmbito do Comando Vermelho, serviam para dar aparência de legalidade aos recursos oriundos de atividades criminosas. Segundo relatório anexo à decisão judicial, só Rodrigo movimentou mais de R$ 27 milhões em quatro anos.
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