A juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Crimina, ouviu nesta terça-feira (18) três testemunhas na ação referente à Operação Sodoma 3, na qual é investigado o desvio de recursos na desapropriação de imóvel conhecido como Jardim Liberdade. Falaram ao juízo o delator do esquema Filinto Muller, dono da SF Assessoria, o filho do ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, Pedro Jamil Nadaf Junior e a servidora Maria Auxiliadora.
A audiência durou cerca de cinco horas e em seu depoimento como testemunha, Pedro Filho afirmou que o empresário Valdir Piran usou o seu filho, Valdir Piran Júnior, para mandar recado sobre os desvios financeiros da desapropriação do loteamento Jardim Liberdade ao ex-secretário da Casa Civil. Os herdeiros do ex-secretário e do empresário frequentavam a mesma academia de ginástica e tinham contato esporádico.
“A gente frequentava a mesma academia e se via às vezes, mas não éramos próximos. Um dia ele me perguntou se meu pai tinha feito delação. Eu disse que não. Então ele disse que era para dar um recado para meu pai, que o dinheiro da desapropriação já tinha passado pelo Piran e já tinha sido enviado para o Marcelo Maluf”, afirmou Pedro Filho que foi o último a ser ouvido e falou por menos de cinco minutos. Conforme Pedro Filho, a abordagem ocorreu em meados de 2016 e depois não houve novo contato. A testemunha ressaltou que só via Piran Júnior na academia e em algumas festas.
O ex-secretário Pedro Nadaf é investigado em todas as fases da Operação Sodoma e assumiu sua participação na organização criminosa supostamente liderada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB). Também confirmou que ajudou na efetivação dos desvios milionários do erário estadual, inclusive da desapropriação do imóvel citado na Operação na qual a organização criminosa é acusada de desviar R$ 15 milhões do valor de R$ 31 milhões pagos pela desocupação da área.
Nadaf detalhou o esquema confirmando as investigações do Ministério Público Estadual (MPE) e oferecendo novos nomes de beneficiados pelo plano fraudulento. Nadaf está sob monitoramento eletrônico e, embora esteja colaborando com a Justiça , não firmou acordo de delação premiada.
De acordo com a denúncia do MPE, dos R$15 milhões desviados, R$10 milhões foram direcionados para Silval a fim de sanar dívida de campanha junto ao empresário Valdir Piran. O restante foi divido entre os demais membros da organização.
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