O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar a contaminação das águas do Rio Araguaia por agrotóxicos. A informação, publicada no Diário do Ministério Público Federal Eletrônico - DMPF, nesta terça (2), se baseia em um estudo publicado na revista Environmental Advances onde foram detectados diversos agroquímicos acima do considerado seguro para a saúde humana.
O estudo mencionado, revelou que as porções média e alta do Rio Araguaia apresentam concentrações elevadas de diversos pesticidas, incluindo atrazina, carbendazim, cianazina, imidacloprida, 2,4-D, clomazone, clorpirifós etil e imazalil. Cinco desses pesticidas estão associados a doenças crônicas, como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos.
Os herbicidas foram os principais agrotóxicos encontrados na água, seguidos pelos inseticidas e fungicidas. As amostras foram coletadas entre novembro de 2018 e março de 2019 em oito afluentes nos trechos médio e alto da bacia do rio Araguaia, sendo: rio Claro, rio Caiapó, rio Garças e rio Diamantino, em Mato Grosso.
Já no estado de Goiás, foram os rios Diamantino, Perdizes, do Peixe e Araguainha, além do Rio Araguaia na parte alta da bacia, acima da confluência com o Rio Araguainha.
“A presença de pesticidas leva a uma diminuição na abundância e diversidade da comunidade biológica do solo, resultando em impactos negativos duradouros sobre espécies não-alvo nas comunidades do solo, e, nos ecossistemas aquáticos, os pesticidas têm sido associados à redução da abundância de fitoplâncton e zooplâncton, bem como à diminuição da produtividade primária”, diz trecho da decisão.
O rio Araguaia, que é divisa natural entre Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará, com seus afluentes, forma a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira. Nos últimos 20 anos, a agricultura e a pecuária vem crescendo exponencialmente na região.
“Lamentavelmente, podemos considerar as águas superficiais de muitas das sub-bacias estudadas como não potáveis para consumo humano e animal. Isto sublinha a necessidade urgente de uma maior monitorização e rigor na utilização de pesticidas para salvaguardar os ecossistemas naturais e a saúde pública”, conclui o artigo da revista Environmental Advances.
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