O juiz Jean Garcia Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, autorizou viagens de dois réus envolvidos na Operação Ragnatela, que investiga esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CV) por meio de shows em casas noturnas. A decisão foi proferida em audiência de instrução desta terça-feira (3).
Kamilla Beretta Bertoni obteve permissão para viajar a Santa Catarina para visitar familiares doentes, com retorno marcado para 1º de março de 2025. Já Rodrigo de Souza Leal foi autorizado a participar de um retiro religioso em Santo Antônio do Leverger (34 km de Cuiabá), entre os dias 6 e 8 de dezembro. Em ambos os casos, as demais medidas cautelares, como as tornozeleiras eletrônicas, foram mantidas.
De acordo com denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Kamilla era uma das responsáveis por organizar e promover os shows realizados pela organização criminosa. Além disso, ela atuava como ‘contadora’ do grupo, que supostamente era liderado pelo vereador de Cuiabá afastado Paulo Henrique (MDB). Já o promoter e ex-assessor parlamentar Rodrigo de Souza Leal organizava os eventos e era encarregado de corromper agentes públicos.
Ele e outros réus tiveram os bens indisponíveis depois que a investigação observou um aumento expressivo na movimentação financeira entre os anos de 2021 e 2022.
“Quanto ao requerimento formulado pelo causídico da ré Kamilla Beretta Bertoni, que pleiteou autorização de viagem para Santa Catarina com data certa para o regresso em 01/03/2025 e considerando a comprovação de que o genitor e madrasta da acusada residem na referida localidade, bem como o estado debilitado de saúde deles, não vislumbro óbice ao deferimento do pedido de autorização de viagem”, decidiu.
“Outrossim, o advogado de Rodrigo de Souza Leal pugnou, também, por autorização de viagem, sob a alegação de que o acusado se ausentaria desta comarca entre os dias 06/12/2024 e 08/12/2024 para a cidade de Santo Antônio do Leverger/MT, a fim de participar de um retiro religioso. Assim, considerando a documentação juntada, não vislumbro óbice ao deferimento”, completou.
OPERAÇÃO RAGNATELA
A Operação Ragnatela, deflagrada em junho de 2024, envolveu a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar de Mato Grosso para desarticular uma facção criminosa que promovia shows nacionais e lavava dinheiro em casas noturnas de Cuiabá. Na operação, foram cumpridos oito mandados de prisão e 36 de busca e apreensão, além de sequestrar imóveis, veículos, bloquear contas bancárias e afastar servidores públicos. Ao todo, 15 pessoas são réus.
A investigação revelou que a facção administrava casas noturnas e organizava shows de artistas renomados em parceria com promotores de eventos. Também foi constatada a participação de agentes públicos na fiscalização e concessão de licenças, sem observar a legislação adequada. A operação foi realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO), com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
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