Denúncia encaminhada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) à Justiça revela que Paulo Witer Farias Paelo, o 'WT', tesoureiro geral do Comando Vermelho em Mato Grosso, mantinha sua influência sobre os bairros da região norte de Cuiabá com assistencialismo, como o pagamento de contas de energia elétrica, fornecimento de cestas básicas, cobertores para o frio e brinquedos para crianças. A 'caridade' era custeada com o dinheiro do tráfico de drogas, comandado por ele nos bairros Jardim Vitória, Jardim Florianópolis e Novo Mundo.
Em 2021, quando Paulo Witer, o 'Paulo Ita', foi solto da prisão, os moradores do bairro em que ele cresceu, o Jardim Florianópolis, chegaram a comemorar a notícia com festa e fogos de artifícios.
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"Ainda, o denunciado possui um time de futebol amador, denominado de “amigos do WT”, que atrai uma legião de seguidores e consumidores dos produtos personalizados do time, como camisetas, copos e bonés", complementa a denúncia.
Paulo Witer, o 'Paulo Ita', foi preso no fim de março em Maceió (AL) enquanto acompanhava o time num torneio. Operação Apito Final descortinou a participação de 25 pessoas no núcleo do tesoureiro do CV atuando como seus subordinados na lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
"Devido à sua grande influência na facção, ITA dispõe de comparsas e até familiares destes para realizar a lavagem do capital levantado com as práticas ilícitas e ocultação do seu patrimônio, que se mostrou incompatível com sua realidade profissional, eis que não possui registros de emprego formal e estava preso até pouco tempo atrás", ressalta o Gaeco.
FRONTS DO CRIME
Dentre os denunciados estão Luiz Fernando da Silva Oliveira, conhecido como ‘Luiz Faixa Preta’, conhecido pela prática de golpes na 'OLX' e responsável pela utilização do nome da utilizava da mãe e da esposa para praticar lavar dinheiro do tráfico. Em nome da mãe, Emanuele Antônia da Silva, está registrada a empresa 'Marmitaria da Manu', cujo capital social é de R$ 3 mil, mas com movimentação de R$ 1,8 milhão nos últimos quatro anos, desde sua constituição.
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Outro denunciado que movimentou quantias milionárias foi Renan Freire Borman, responsável pela compra dos veículos de WT. Ele é proprietário da microempresa “Certinho Veículos”, que não possui nenhum funcionário vinculado, nem endereço cadastrado, com capital social de R$ 100 mil, mas que movimentou R$ 14 milhões.
Veja a lista completa de denunciados aqui.
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