Em denúncia referente a Operação Sodoma 5, o Ministério Público Estadual (MPE) aponta que o EX-secretário adjunto da Secretaria estadual de Pavimentação e Transportes Urbanos (Setpu), Valdisio Juliano Viriato, era responsável por “programar os pagamentos” fictícios do Estado para as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda. e Saga Comércio e Serviço Tecnológico e Iinformática Ltda.
Alan Cosme/HiperNoticias
Valdísio foi preso em sua mansão, em Santa Catarina, e chegou em Cuiabá em fevereiro
Cabia a ele autorizar os pagamentos antes que fossem encaminhados para a Secretaria de Administração (SAD) e incluir os repasses fictícios aos valores que realmente eram devidos aos empresários. De forma que, segundo o MPE, o acusado detinha o controle de todo o esquema, trabalhando em prol de desviar recursos para a organização criminosa.
“Ainda, considerando que a ordem para consecução dos registros do consumo fictício partiu dele, não restam dúvidas de que, como membro da ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, detinha o domínio e o controle do esquema fraudulento”, ressalta a promotora Ana Bardusco, responsável pelas investigações.
Valdisio estava em Santa Catarina e foi preso dentro de sua mansão, na beira da praia. Ele permanece preso no CCC. De acordo com o MPE, o acusado mantinha uma padrão de vida no sul do país incompatível com seus rendimentos.
A denúncia registra ainda que tais desvios que atingem mais de R$ 8 milhões, tinham como intuito o pagamento de despesas de campanha do ex-governador Silval Barbosa e também de aliados.
Conforme o MPE, R$1,7 milhão foi destinado à campanha eleitoral de 2012 no qual concorreu a prefeito o médico Ludio Cabral (PT) tendo como vice o advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Francisco Faiad.
“Lembrando que o noticiado esquema foi engendrado para promover o pagamento do abastecimento de combustível, realizado no interesse da campanha eleitoral de 2012 dos candidatos: LÚDIO CABRAL e FRANCISCO FAIAD, cujo débito era de aproximadamente R$1.700.000,00”, diz trecho da denúncia.
O advogado Faid chegou a ser preso e permaneceu uma semana abrigado no Centro de Custódia da Capital (CCC) e no Corpo de Bombeiros. Já Lúdio foi conduzido coercitivamente á sede da Delegacia Fazendária (Defaz) para prestar esclarecimento sobre as acusações. Ele nega veemente que tenha usado qualquer valor ilícito em sua campanha.
A Operação Sodoma 5 investiga fraudes à licitação, desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, realizados pelos representantes da empresa Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, em benefício da organização criminosa comandada pelo ex-governador, Silval da Cunha Barbosa.
A investigação presidida pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva e nove de busca e apreensão domiciliar, nos estados de Mato Grosso, Santa Catariana e Distrito Federal.
Os mandados de prisão foram cumpridos contra os investigados: Valdisio Juliano Viriato, Francisco Anis Faiad, Silval da Cunha Barbosa, Sílvio Cesar Corrêa Araújo, Jose Jesus Nunes Cordeiro. Entre os conduzidos coercitivamente para interrogatórios estão: Wilson Luiz Soares, Mario Balbino Lemes Junior, Rafael Yamada Torres, Marcel Souza de Cursi.
Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto LTDA e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática LTDA, nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.
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