Nas casas que rodeiam a Vila Belmiro, garotos jogam bola, tendo como paisagem e vizinho o palco onde o Rei e tantos jogadores históricos desfilaram suas habilidades. O hino do Santos declama "Nascer! Viver! E no Santos morrer. É um orgulho que nem todos podem ter". O jovem Pablo, de 11 anos, esbanja tal orgulho. Ele atua no sub-11 da equipe e tem em Pelé um espelho para a carreira.
"Pelé foi um grande jogador, me inspiro muito nele. Quero fazer história também no Santos, como o Rei. Futebol é tudo para mim. Sem ele não seria nada. Se Deus quiser mais para frente vou poder ajudar o meu clube, o Santos", diz o garoto.
A mesma paixão percorre o mesmo trajeto que a família de Pelé. Maria Alice, 11, e Raíssa, 17, são de Itajubá, no Sul de Minas. Dondinho, pai do Rei, jogou em um clube da cidade, o Yuracan, antes de se transferir para Três Corações, onde nasceu o ídolo máximo do futebol mundial. As garotas, acompanhadas das mães, não viram obviamente o Rei em campo, mas guardarão o jogador como uma ambição.
"Eu quero seguir a carreira que o Pelé seguiu.. Eu acho que ele foi um dos jogadores mais importantes que o Santos já teve. É uma história muito importante. É muito emocionante", relata Raíssa. "Agora Pelé está em um lugar melhor. Todo brasileiro sabe que ele era um jogador maravilhoso", complementa Maria Alice.
Francisco Paulo é professor em Curitiba e reservou o dia em meio às férias escolares para vir a Santos. "Vi o Pelé jogar duas vezes. Já chorei um monte. Para a minha geração, o Pelé fez parte do nosso imaginário e da nossa educação, como matemática, português, história... Fazer gol como Pelé, vibrar como Pelé. 'Faça como o Pelé', falava meu pai. Ele ajudou a me educar. Em viagens para o exterior, todo mundo quer falar com você. É até mais fácil conseguir informações", afirmou.
Em todos os cantos e arredores da Vila Belmiro, torcedores do Santos agitam bandeirões com fotos e frases para Pelé. Na Vila Belmiro, não apenas santistas se despedem do Rei. Torcedores com camisas de outros clubes, como Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Portuguesa Santista e Barcelona passaram pelo corredor que cruza o gramado do estádio. Torcedores do time da Baixada, porém, são maioria. Heloísa Nunes é uma delas e faz questão de separar a pessoa do ídolo. O Edson do Rei Pelé.
"O Rei merece todas as nossas homenagens. A cidade também. Sou santista desde pequena. A porta que o Pelé abriu no esporte não tem palavras para explicar. Ele foi uma ótima pessoa. Vida pessoal dele era o Edson. Mas para o Pelé eu tinha de vir aqui e prestar uma homenagem", afirmou.
O velório de Pelé segue até 10h de terça-feira no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro. A entrada de público não será interrompida, nem mesmo durante a madrugada. Em nenhum momento até aqui, a fila de torcedores ficou vazia. Para registrar o momento, eles usam seus celulares. Mas só a memória é capaz de guardar os lances, a história e a vida do Rei.
(Com Agência Estado)
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